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Títulos públicos ligados à inflação conquistam cada vez mais investidores

Taxas de juros em patamares elevados impulsiona a procura por renda fixa. Veja como identificar boas oportunidades

Por Juliana Machado Atualizado em 3 jun 2024, 16h32 - Publicado em 2 jun 2024, 08h00

O Brasil é o país da renda fixa. Apesar da queda dos juros nos últimos meses, a verdade é que o Banco Central vem mantendo a Selic, a taxa básica da economia, em níveis ainda elevados, o que só reforça a demanda dos investidores por ativos que oferecem proporcionalmente menor risco. Os números não mentem. Segundo dados da Anbima, entidade autorreguladora do mercado de capitais, a captação dos fundos de renda fixa somou 207,4 bilhões de reais no ano até o dia 15 de maio. Para efeito comparativo, os fundos de ações enfrentaram uma saída de 2,7 bilhões de reais no mesmo intervalo, enquanto os fundos multimercados, mais versáteis e que investem em diversas classes de ativos, acumularam retirada de 42,7 bilhões de reais.

Investidores vêm buscando produtos de renda fixa e crédito privado de olho no risco menor em relação a outras classes de ativos, com um potencial de retorno atraente. Ainda de acordo com a Anbima, a rentabilidade média dos fundos de renda fixa está hoje em 3,1% no ano, enquanto os fundos de ações e os multimercados acumulam perda média de 5,8% e ganho médio de 1,5%, respectivamente. De seu lado, o Ibovespa, principal índice da B3, cai cerca de 4% em 2024, enquanto o CDI, indicador de referência e que acompanha a Selic, sobe 4% no ano.

Dentro da renda fixa, um destaque são os produtos com remuneração atrelada à inflação: o Tesouro IPCA+ no segmento de dívida pública e as debêntures incentivadas entre as emissões corporativas. No caso do Tesouro IPCA+, a remuneração é equivalente à inflação acrescida de um prêmio de risco no período de investimento. Por sua vez, as emissões privadas incentivadas contam com o acréscimo do spread de crédito — um adicional pago pelo investimento em uma dívida corporativa —, além do incentivo fiscal, ou seja, isenção de imposto de renda para pessoa física.

Nos títulos atrelados à inflação, o prêmio oferecido aos investidores está nos maiores níveis em cerca de um ano, acima de 6%, o que faz com que esses produtos saltem aos olhos. “Vimos uma compressão dos spreads de crédito, mas ainda entendemos que, nos níveis atuais, conseguimos encontrar boas oportunidades em fundos isentos (que investem em debêntures incentivadas)”, afirma Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito privado da Itaú Asset. “Não vejo um movimento novo de redução dos spreads, mas há oportunidade de capturar prêmio adicional.” A compressão dos spreads equivale a dizer que a taxa paga pelos títulos diminuiu, o que provoca o aumento do preço deles — algo positivo para o investidor, que vê a valorização da carteira. Assim, o entendimento é de que, embora uma parte da redução dos spreads já tenha acontecido, ainda há alternativas no segmento, desde que feita uma boa seleção de emissores.

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O investidor precisa ter em mente que a alocação em emissões atreladas à inflação oferece risco para aqueles que não carregam o título até o vencimento. Para quem deseja investir em caráter especulativo, esperando que o prêmio acima de 6% caia nos próximos meses, vale observar emissões de prazo intermediário — conforme o prêmio se reduz, o preço do título tende a subir. Já para aqueles que têm planos de longo prazo, a alocação deve ser carregada até o vencimento. No decorrer do tempo, o investidor poderá presenciar a desvalorização do seu título caso ocorra aumento dos prêmios de risco no caminho, mas vai ganhar, no fim do período, a remuneração acordada no momento da compra do título.

Seja como for, a melhor forma de aproveitar as oportunidades em renda fixa e crédito privado é por meio dos fundos de investimento, já que a seleção dos ativos será feita por um gestor, que tem mais ferramentas para avaliar a estratégia com o melhor potencial de retorno. “É muito difícil para a pessoa física saber quando entrar ou sair de um investimento”, diz Fernando Cavallete, especialista de portfólio da Itaú Asset. Nesse contexto, a renda fixa tem se consolidado cada vez mais como uma opção segura — e rentável — de investimento.

Publicado em VEJA, maio de 2024, edição VEJA Negócios nº 2

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