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Tesouro veta empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios devido aos juros altos

Linha de socorro negociada entre a estatal e um consórcio de bancos custaria 136% do CDI, mas Tesouro considerou a taxa alta demais

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 dez 2025, 22h20

O Tesouro Nacional informou o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, de que recusaria o empréstimo de 20 bilhões de reais que a estatal negociava com um consórcio de bancos formado por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. O conselho de administração dos Correios havia aprovado a operação em uma reunião extraordinária no último sábado, 29 de novembro, convencido de que esta seria a solução para os graves problemas financeiros da companhia. As condições do empréstimo incluíam uma taxa de juros equivalente a 136% do CDI (equivalente a 20,4% ao ano).

No entanto, o Tesouro avisou, nesta terça-feira, 2, de que considera a taxa alta demais e determinou que não aceitará nenhuma linha que cobre mais do que 120% do CDI (cerca de 18% ao ano). O limite não é um mero capricho dos donos do cofre da União. Trata-se do teto imposto pelo Tesouro para atuar como fiador de empréstimos de entes subnacionais como estados e municípios.

A recusa não significa o último prego no caixão dos Correios. O Ministério da Fazenda aguarda agora uma nova rodada de negociação entre a estatal e o sindicato de bancos com o objetivo de enquadrar a taxa ao teto vigente.

A situação dos Correios piorou nos últimos anos. Durante o governo Bolsonaro, a empresa chegou a ser incluída no programa de desestatização. Com a chegada de Lula ao Palácio do Planalto, porém, o plano foi engavetado, sob o argumento de que a companhia poderia ser reestruturada e voltar ao azul. Não é o que se viu desde então. No acumulado de janeiro a setembro, a empresa reportou um prejuízo de 6,5 bilhões de reais.

O caso é ainda mais emblemático, quando se lembra que os Correios não são uma estatal dependente, isto é, uma empresa que precisa diretamente do Orçamento da União para se manter. As mudanças tecnológicas que tornaram cada vez mais obsoletos meios de comunicação como cartas e telegramas, a concorrência com empresas privadas de entregas e a queda das receitas são alguns dos fatores que contribuem para a crise dos Correios.

Por fim, parte do caixa da companhia também é drenado pelo rombo no fundo de previdência dos funcionários, o Postalis. Há um ano, a estatal fechou um acordo para injetar 7,6 bilhões de reais no fundo. A cifra representa praticamente metade dos 15 bilhões de reais necessários para equilibrar as contas do Postalis.

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