Tesouro Direto: saiba o que é preciso para juntar R$ 100 mil até 2028
Cenário econômico atual não indica redução da taxa de juros básica da economia neste ano; cenário externo embaralha política monetária

A taxa Selic mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) é indicativo de que a renda fixa pode ser um bom caminho para quem pensa em investir atualmente. Os juros altos permitem que os investidores obtenham bom retorno sem colocar muito risco no horizonte, ou seja, sem apostar na renda variável, por exemplo. Pensando nisso, VEJA NEGÓCIOS foi ao site do Tesouro Direito para simular como obter 100 mil reais em menos de três anos.
Assim, definiu-se para esta simulação o título Tesouro Prefixado 2028, ou seja, cujo retorno do investimento ocorre em 1º de janeiro de 2028.
De acordo com a simulação, a rentabilidade anual será prefixada em 13,15% ao ano. Dessa maneira, para se atingir o objetivo inicial de contar com 100 mil reais, será preciso aporte inicial de 1 mil reais e desembolsos mensais de 3,1 mil reais. Então, ao final do período, esse investidor hipotético terá reunido 102,8 mil reais.
Mas é preciso ponderar que sobre esse valor incide o Imposto de Renda, que no caso desta simulação resultará em valor a pagar de 2,5 mil reais e haverá também a cobrança da taxa de administração da B3, que será 232,65 reais. Descontados esses valores, portanto, o investidor contará ao fim do período com 99,9 mil reais. Ou seja, embora a taxa seja prefixada em 13,57%, a rentabilidade líquida será de 11,07%. Tudo isso conforme a simulação no site do Tesouro Direto.
Mas se você puder esperar mais tempo, há a disposição o título Tesouro Prefixado 2032, com resgate no dia 1º de janeiro de 2032. Aqui, a taxa prefixada será de 13,51%. A contribuição mensal para se atingir o objetivo será mais extensa, mas com valor menor – de 890,70 reais. A rentabilidade líquida será de 11,64%, lembrando que continuará sobre o rendimento incidindo a taxa de administração da B3 e o Imposto de Renda.
Panorama da Selic
O dado de inflação divulgado nesta terça-feira, 12, trouxe surpresa positiva. O IPCA perdeu fôlego, subiu 0,26% em julho, abaixo da expectativa do mercado.
Inflação sob controle é importante na definição da política monetária e, portanto, influencia diretamente na taxa de juros básica da economia. Hoje, a Selic está em 15% ao ano. O cenário poderia indicar uma queda já em 2025 dos juros, mas o cenário internacional adverso, sobretudo por conta do tarifaço de matriz política anunciado por Donald Trump, embaralha de novo as cartas para o Copom.
A expectativa do mercado atualmente é de que a Selic permanece em 15% neste ano, com possibilidade de queda a partir de 2026. Portanto, continua sendo uma boa opção os juros pré-fixados.