‘Tenho toda paciência do mundo’, diz Lula sobre sucessão no BC
"Quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses não tem nenhum problema de viver mais seis meses", disse presidente
O clima entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parece estar bem melhor do que já foi. Se no início do mandato, Lula despejava críticas ao presidente do BC e sobre sua condução da política monetária, agora, já perto do fim, o petista não sinaliza pressa em indicar o sucessor ao Banco Central.
No café da manhã com jornalistas, Lula disse que tem “toda paciência do mundo” para indicar o sucessor de Campos Neto, que tem mandato até 31 de dezembro.
“Tenho que indicar mais diretores e tenho que indicar o presidente do Banco Central até o final do ano. Só tenho que decidir se vou antecipar ou se deixo para indicar mais próximo do vencimento do mandato do presidente Roberto Campos. Então, quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses, não tem problema viver mais seis meses”, afirmou Lula aos jornalistas.
Apesar da bandeira branca ao presidente do BC, Lula voltou a criticar a taxa de juros do Brasil, que está em 10,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou na última reunião que deve reduzir a taxa em mais meio ponto. Porém, as turbulências das últimas semanas, como a incerteza sobre a política monetária americana e a alteração das metas fiscais no Brasil, pode fazer com que o comitê reduza o nível do corte na próxima reunião.
“O mercado está ganhando muito dinheiro com essa taxa de juros. Isso precisa ficar claro para a sociedade. E o presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros alta é o povo brasileiro, são os empresários brasileiros que não conseguem dinheiro para investir. É isso que está em jogo”, acrescentou.