Temer ‘afaga’ Meirelles e anuncia derrubada de veto a Refis
O veto foi anunciado no início de janeiro pelo Planalto, sob o argumento de que não havia previsão de renúncia fiscal com o parcelamento

O presidente da República, Michel Temer, anunciou nesta sexta-feira, 23, que vai derrubar o veto ao programa de refinanciamento para micro e pequenas empresas – o Refis das micro e pequenas empresas. O veto ao Refis foi anunciado no início de janeiro pelo Planalto, sob o argumento de que não havia previsão de renúncia fiscal com o parcelamento, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em cerimônia de inauguração das obras das etapas 1 e 2 do Projeto de irrigação do Baixio de Irecê, em Xique-xique (BA), o emedebista disse que a decisão foi possível após esforços de seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
“Eu e (Henrique) Meirelles há pouco tempo tivemos que enfrentar essa questão sobre a micro e pequena empresa. Num primeiro momento, como houve problema legislativo, fomos obrigados a vetar esse projeto, mas com vistas a fazer com que ele fosse votado. Então o Meirelles fez todos os esforços e nós pudemos, após realizados os estudos, patrocinar a queda do veto para micro e pequena empresa”, declarou Temer, enaltecendo seu ministro da Fazenda, que viajou com ele para a agenda desta sexta-feira, 23, no Nordeste e ganhou, no discurso presidencial, diversos afagos do emedebista.
O veto deverá ser apreciado em sessão do Congresso Nacional, em abril. Esta semana, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse que iria pautar a análise do veto ao projeto caso a solução não partisse da equipe econômica do governo.
Meirelles, por sua vez, retribuiu os elogios do presente. Em evento em uma fábrica do grupo Fiat-Chrysler Automobiles, em Goiana (PE), o ministro pessedista exaltou o governo do qual faz parte e disse que o presidente figura entre os líderes que “tomam decisões cruciais” e que dão destino melhor ao país.
“O governo Temer aprovou uma série de reformas na economia brasileira”, lembrou Meirelles. “Estamos criando condições para que o povo brasileiro possa trabalhar mais e melhor.”
Meirelles tenta se viabilizar ao Planalto, mas as recentes insinuações de Temer de que pode, ele mesmo, concorrer para “defender seu legado” levaram o ex-presidente do Banco Central a buscar siglas menores, como o PRB, para abrigar seu plano presidencial.
Aos presentes, o ministro lembrou ainda a trajetória da indústria automobilística no período. “Tivemos números impressionantes. Houve aumento na produção de automóveis de 20% e de 32% para os caminhões. Entre o pior momento e hoje a produção cresceu 40%”, disse. “O Brasil entrou, agora para valer, na direção certa e os brasileiros voltaram a ter orgulho de ser brasileiros.”