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Suspensão de fertilizantes por Rússia cai como uma bomba para Bolsonaro

Presidente se encontrou com Putin em meio a conflito justamente para garantir o suprimento ao país; suspensão agravará crise no agronegócio brasileiro

Por Luisa Purchio Atualizado em 5 mar 2022, 13h15 - Publicado em 4 mar 2022, 17h28

Nesta sexta-feira, 4, o governo russo recomendou aos produtores de fertilizantes que suspendam as exportações do produto devido às sanções realizadas pelos Estados Unidos e por países aliados à Rússia. O anúncio caiu como uma bomba para o presidente Jair Bolsonaro, que há cerca de duas semanas, às vésperas da eclosão da invasão da Ucrânia pela Rússia, se arriscou diplomaticamente para se encontrar pessoalmente com o presidente Vladimir Putin tendo como principal item da pauta, justamente, garantir o fornecimento de fertilizantes ao Brasil.

Garantir a importação do produto é um assunto muito sensível ao Brasil, tendo em vista que a produção bem sucedida no campo é altamente dependente dos fertilizantes russos. Quase 85% do produto consumido no Brasil são importados e um quarto disso vem da Rússia. Ainda não está claro como a suspensão afetará o Brasil e se haverá brechas nessa recomendação de Putin. Mesmo que o Brasil fique de fora, as suspensões de carregamento marítimo e de pagamento abalam a chegada dos suprimentos.

Em novembro a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, fora à Rússia para garantir o acordo comercial em um momento em que diversos países estavam racionando as exportações para garantir o suprimento interno.

Caso as empresas russas sigam a recomendação de Putin, o preço de grãos, hortaliças e frutas nos supermercados brasileiros refletirá essa suspensão a partir do ano que vem. “A oferta de fertilizantes muito caros, somada com uma renda muito menor no campo este ano e ao aumento de custo devido à escassez de matéria-prima criam um horizonte plúmbeo para o ano que vem, em pastagem, cultura de cana-de-açúcar, café, laranja, tudo”, diz Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura.

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Em live realizada na quinta-feira, 3, a ministra Teresa Cristina já havia afirmado que o suprimento de fertilizantes pela Rússia não seria possível durante o conflito geopolítico. “Temos suspensão desse comércio porque não temos como pagar esses produtos, nem navios para carregar. Enquanto houver guerra, é totalmente descartada a possibilidade de receber fertilizantes”, disse ela.

O ministério da Agricultura está tentando garantir o suprimento por meio de acordos comerciais com outros países, entre eles, o Canadá, o Irã e a Arábia Saudita. Além disso, o Brasil se prepara para lançar o Plano Nacional de Fertilizantes, que visa a aumentar a produção interna e diminuir a dependência internacional, porém analistas afirmam que os seus frutos só poderão ser colhidos em aproximadamente 10 anos.

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