Sul-coreano é eleito presidente do Banco Mundial
Jim Yong Kim comandará o órgão a partir de 1º de julho
O sul-coreano Jim Yong Kim foi escolhido como o novo presidente do Banco Mundial (Bird, na sigla em inglês), informou nesta segunda-feira o diretório executivo do órgão internacional. Indicado pelos Estados Unidos. Kim venceu a disputa com a ministra nigeriana de Finanças, Ngozi Okonjo-Iweala (apoiada pelo Brasil). O colombiano José Antonio Ocampo, que também disputava o cargo, retirou a candidatura na semana passada.
Kim passará a ocupar a cadeira máxima do órgão a partir de 1º de julho, quando o atual presidente, o americano Robert Zoellick, deixa o cargo. Seu mandato será de cinco anos. Nascido em Seul, na Coreia do Sul, ele foi criado nos Estados Unidos e é o atual reitor da universidade de Darthmouth.
Médico, especialista em saúde e antropólogo, Kim também foi responsável pela criação do Centro para Cuidados com a Saúde da universidade. Em seu currículo, consta uma atuação forte contra enfermidades em países pobres, especialmente no combate ao vírus HIV. Entre 2003 e 2005, ele tinha sido diretor do Departamento de Aids da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde se encarregou de lançar a iniciativa ‘3 por 5’ com o objetivo de tratar 3 milhões de pacientes infectados pelo vírus.
Antes de trabalhar em Dartmouth, ele era chefe do Departamento de Saúde Global e Medicina Social da Harvard Medical School, onde cursou medicina e antropologia, e do Centro François-Xavier Bagnoud para Saúde e Direitos Humanos. Sem grande experiência em política e finanças, Kim comandará uma entidade multilateral composta por 187 Estados-membros e 258 bilhões de dólares sob gestão.
Casado e com dois filhos, Kim mudou-se para os EUA com seus pais, um dentista e uma professora de filosofia, aos cinco anos. Sua família se instalou no estado de Iowa, no oeste do país, onde ingressou no colégio. Aluno brilhante, graduou-se pela Universidade de Brown, concluiu sua licenciatura em Medicina em 1991 e, em 1993, obteve o doutorado em antropologia na Universidade de Harvard. Em 2006, ele foi incluído na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo publicada pela revista Time.
Nas últimas duas décadas, Kim publicou vários trabalhos acadêmicos no âmbito da saúde pública, onde é considerado um especialista mundial. Além disso, ele foi diretor-executivo e cofundador da Partners in Health, uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços médicos em países como o Haiti, Peru, Rússia e Ruanda.
A candidatura de Kim, proposta no mesmo dia em que se cumpria o prazo no Banco Mundial, era a mais provável por contar com mais apoio internacional por causa do pacto tácito entre Estados Unidos e Europa, que repartiu o controle do Bird e do Fundo Monetário Internacional (FMI), respectivamente, desde 1944.
Até agora, a maior parte dos presidentes do Banco Mundial provinham do mundo das finanças, negócios ou política – e a designação de Kim representa mudança de rumo para um profissional que dedicou a maior parte de sua carreira na área do desenvolvimento e da saúde pública global.
Os outros dois candidatos em disputa foram o ex-ministro colombiano José Antonio Ocampo, que retirou na semana passada sua candidatura por falta de apoio (nem sequer alcançou o respaldo do governo de seu país) e a ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, que teve a candidatura apoiada pelo Brasil na manhã desta segunda-feira.
Dessa forma, Kim substitui Robert Zoellick, que anunciou em fevereiro não optar pela reeleição após cinco anos à frente da instituição.
O Bird, que conta com uma relação de 9 mil funcionários e com sede em Washington, ofereceu no ano passado 57,4 bilhões de dólares para projetos de desenvolvimento em países de renda média e baixa de todo o planeta.
(Com EFE)