PARIS, 24 Jan (Reuters) – A atividade do setor privado francês cresceu em janeiro pela primeira vez em quatro meses, ajudada por uma recuperação no setor de serviços, mas a disseminada fraqueza no recebimento de pedidos dissipou a perspectiva de uma retomada rápida antes da eleição presidencial.
O índice preliminar Markit/CDAF de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira, que combina dados das empresas de serviços e de manufatura, aumentou para 50,9 em janeiro, após 50,0 em dezembro.
O índice do setor de serviços subiu de 50,3 para 51,7, acima da previsão em pesquisa da Reuters de 50,4 e anulando a persistente fraqueza no setor de manufatura, cujo PMI caiu de 48,9 para 48,5.
Mas, olhando além do índice principal, as empresas de serviços viram os pedidos caírem pelo quarto mês consecutivo em janeiro, refletindo a queda no setor industrial, que reportou a sétima baixa consecutiva em novos negócios.
“Num valor de face, o aumento da atividade em janeiro fornece algumas notícias razoavelmente positivas para o começo de 2012”, afirmou o economista sênior da Markit, Jack Kennedy. “No entanto, os detalhes da pesquisa revelam uma queda acelerada em novos negócios e uma diminuição das reservas”.
Além da incerteza sobre a crise de dívida na zona do euro e em economias de grandes parceiros comerciais da França, as empresas francesas estão passando por mudanças nas políticas domésticas com os dois turnos das eleições presidenciais que acontecem em abril e maio.
Antes das eleições, o presidente Nicolas Sarkozy prometeu aprovar uma reforma nas leis trabalhistas e tributárias, enquanto o candidato socialista François Hollande declarou guerra aos excessos do setor financeiro, levando incerteza aos negociadores.
Dados da pesquisa de janeiro mostraram que as expectativas para o setor de serviços caíram para o nível mais baixo em 34 meses, sugerindo que as empresas acreditam que a reviravolta continuará suave, se resistir aos próximos meses.
O escritório de estatísticas INSEE projetou no mês passado que a França irá sofrer uma pequena recessão no último trimestre de 2011 e nos primeiros três meses deste ano, eliminando 60 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2012.
O INSEE publicou sua própria pesquisa de atividade do setor privado na segunda-feira, indicando que a confiança dos empresários diminuiu em janeiro, com a confiança do setor manufatureiro caindo inesperadamente.
(Reportagem de Leigh Thomas)