Setor de serviços cai 1% em junho, a pior redução mensal do ano
Desempenho negativo foi acompanhado por todas as cinco atividades que compõem o setor, o que não acontecia desde a greve dos caminhoneiros
O volume de serviços caiu 1% no mês de junho frente a maio, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada nesta sexta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho negativo foi acompanhado por todas as cinco atividades, o que não acontecia desde maio de 2018, mês da greve dos caminhoneiros.
De acordo com o IBGE, o volume de serviços está 2,3% abaixo do patamar do fim do ano passado. O motivo seria o comportamento mais fraco das atividades de transportes; e de comunicação e informação, que caíram 1% — terceira taxa negativa seguida — e 2,6% em junho, respectivamente, em relação a maio. As duas têm peso considerável no setor. No caso das atividades de comunicação e informação, houve recuou após ganho acumulado de 3,2% entre abril e maio.
Outros serviços (-2,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%) e serviços prestados às famílias (-0,2%) também apresentaram resultados negativos.
Na comparação anual, a queda foi de 3,6%, mas ainda com influência da greve dos caminhoneiros. Segundo o IBGE, a atividade de transportes exerceu a maior influência negativa, com queda de 10,9%, a mais intensa desde outubro de 2016 e superando o recuo de maio do ano passado. “A greve dos caminhoneiros gerou um excesso de demanda em junho do ano passado, o que dá a dimensão do quão alto estava o patamar para os transportes”, afirmou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
No acumulado dos primeiros seis meses de 2019, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços subiu 0,6%. Três da cinco atividades do setor tiveram expansão. Destaque para a alta de 4,8% serviços prestados às famílias e de 2,6% de serviços de informação e comunicação. Do outro lado, o segmento de transportes caiu 2,7%.
Desempenho por estado
No recorte regional, 19 dos 27 estados tiveram retração no volume de serviços em junho frente a maio. Rio de Janeiro e São Paulo tiveram destaque negativo, com quedas de 3,4% e 1,6% respectivamente, com o primeiro eliminando a expansão acumulada de 2,3% entre março e maio e o segundo devolvendo parte do ganho de 1,9% acumulado em abril e maio. O Mato Grosso teve alta de 4,2%, recuperando-se da queda de 1,8% verificada em maio.
Na comparação anual, houve queda em 20 das 27 unidades da federação. As principal influência negativa foi o Rio de Janeiro, com queda de 9,7%. Por outro lado, o Amazonas teve alta de 4% e foi a principal contribuição positiva.