Setor de eventos comemora liberação de ações corporativas em SP
Cidade é o maior mercado da América Latina para workshop e palestras e ajuda a movimentar setor que está parado desde março
O novo coronavírus mal havia chegado ao Brasil e encontrou em eventos sociais um ambiente propício para se proliferar: abraços, beijos e aglomerações em festas causaram os primeiros surtos da doença, como ocorreu após a boda de Marcella Minelli, irmã da influencer Gabriela Pugliesi, em março. Com isso, tanto as festas quanto os eventos corporativos foram das primeiras atividades a enfrentar proibições Brasil afora e uma das últimas a voltar. A cadeia, entretanto, comemora a volta das permissões dos eventos sociais em São Paulo. Na capital paulista, devem ser autorizados eventos a partir do dia 9 de outubro, quando há expectativa de que a cidade passe para a fase verde do plano de flexibilização. A reabertura em São Paulo, o maior mercado de festas, sociais e corporativas, deve ajudar a puxar a recuperação do setor como um todo.”O setor de eventos foi visto como monstro pelos governos, que ligavam festa a aglomeração. Mas, seguindo os protocolos, assim como os outros setores, podemos voltar. Temos empresas e pessoas que precisam trabalhar para viver”, afirma Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), a associação do setor.
O protocolo assinado pela prefeitura de São Paulo autoriza eventos para até 600 pessoas como convenções, seminários, workshops, palestras e feiras. Recepções, com pessoas sentadas, também são permitidas. Mas pistas de dança, comuns em casamentos e formaturas, continuam vetadas. O mesmo vale para festas infantis. Eventos para mais 600 pessoas precisarão de uma autorização especial da gestão municipal, mas o limite é para até 2 mil pessoas. De acordo com a Abrafesta, há demanda reprimida principalmente de eventos corporativos. Segundo a consultoria global de viagens corporativas Carlson Wagonlit Travel (CWT), São Paulo é o principal destino de eventos corporativos na América Latina, por isso, a decisão de flexibilização é tão comemorada pelo setor.
Segundo dados da associação, o setor movimenta, em média, 250 bilhões reais por ano em eventos corporativos e 17 bilhões de reais em eventos sociais e empregava cerca de 6 milhões de pessoas até o início da pandemia. A queda de faturamento foi em média de 92% e, por isso, a entidade estima que cerca de metade dos profissionais e empresas tenham deixado o negócio na pandemia e não voltem mais a trabalhar. “Profissionais como garçons e técnicos foram buscar outras ocupações, ligadas a construção civil, por exemplo, alguns floristas passaram a plantar alimentos, além disso, muitos fornecedores informais ficaram pelo caminho. É por isso que a retomada é tão importante”, afirma Dias.
Assim como outros setores da economia, a pandemia trouxe uma digitalização para os negócios, com buffets recorrendo à alternativa de delivery, eventos drive-in e festas online se proliferando. Na avaliação da Abrafesta, o modelo híbrido de eventos é uma realidade que veio para ficar. “No caso dos empresariais, essa tendência é ainda mais forte. As empresas vão pensar antes de mandar um profissional para uma viagem, se ele pode participar desse evento de forma remota. Veremos cada vez mais os espaços utilizando ferramentas tecnológicas para conectar pessoas que estão longe e otimizar custos”, afirma.