Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sergio Marchionne: ‘A Fiat vai continuar crescendo no Brasil’

Presidente da empresa diz que a meta da montadora é crescer entre 5% e 7%

Por Fernando Valeika de Barros, de Detroit
11 jan 2012, 11h21

O ítalo-canadense Sergio Marchione, 59 anos, dirigiu pela primeira vez um automóvel em 1968, aos 16 anos. Era um Fiat 124 branco, quatro portas, com meros 70 cavalos, linhas retas e faróis arredondados. Quando entrou para o conselho de supervisão da Fiat, a montadora vivia uma das piores fases e ele passará para a história como o homem que salvou não apenas uma mas duas montadoras. Na Fiat, a sua missão foi colocar ordem na casa em uma empresa com estrutura de paquiderme, vendas em queda e um buraco de 10 bilhões de dólares anuais. Começou por cortar custos de produção: quando entrou na Fiat, a montadora produzia carros em 19 plataformas – serão apenas seis em 2012. Em um novo desafio, a partir de 2009, ele transformou a Chrysler na mais bem-sucedida entre as montadoras dos Estados Unidos: no ano passado, foi a montadora que mais cresceu e ganhou dinheiro a ponto de pagar, antes do prazo, sua dívida de 7,6 bilhões de dólares com o Tesouro americano.

Qual é a tendência do mercado? Quando você olha para o entusiasmo nos estandes aqui em Detroit, durante este Salão , dá para acreditar em tempos melhores. Estamos atentos, com produtos novos, como o Kubang, que faz a Maserati (marca de carros esportivos do grupo Fiat) entrar em um novo segmento.

Maserati Kubang
Maserati Kubang (VEJA)

Qual a pegada deste modelo? Será um utilitário esportivo de prestígio, com motor construído pela Ferrari, em Maranello. Mas será montado em Detroit, na nossa fábrica de Jefferson, a partir de 2013. É um bom exemplo das oportunidades que as sinergias podem fazer. Aqui mesmo neste Salão de Detroit lançamos o Dodge Dart aproveita a mesma plataforma da Alfa Giulietta.

Como o senhor analisa o mercado brasileiro? Apesar do real forte prejudicar a exportação de carros brasileiros, a demanda interna por automóveis está forte no país. E a economia deve continuar crescendo. A nossa meta é crescer entre 5% e 7%. Acredito que o mercado pode chegar a uma produção de 4 milhões de automóveis em dois anos.

Continua após a publicidade

E com relação aos outros países emergentes? Na China, esperamos entrar em produção ainda este ano com um sedã Fiat, com o 500 e com a nossa minivan Freemont. Outros produtos virão, pode ser o Kubang. Na Rússia, podemos entrar primeiro com carros da Jeep, depois com a Alfa. Na Índia acabamos de concluir uma negociação com a Ratan Tata, com quem temos uma parceria, para separar montagem de comercialização. O México é uma base excepcional para montar carros tanto para o mercado americano como para o Brasil.

Na Europa dá para esperar reação em 2012? Com os planos de austeridade para resolver a crise europeia, nos próximos três anos as vendas serão estáveis, na melhor das hipóteses. Se os países europeus não reconquistarem a confiança dos mercados o futuro da economia no continente será duvidoso.

Depois da parceria com a Chrysler, a Fiat pensa em outras? Pode ser uma alternativa para dar escala e cortar custos de produção. Já montamos o 500 em parceria com a Ford, que faz o Ka, na mesma linha de montagem na Polônia. Pode haver um terceiro parceiro. Continuo acreditando que com os investimentos para fazer automóveis modernos, a melhor resposta ainda é fazer milhões de plataformas comuns. Só sobreviverão aqueles que produzirem 5,5 milhões de carros por ano. Melhor ainda se forem 6 milhões.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.