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Sem plano e atolada em escândalos, Odebrecht atrasa acordo com credores

Assembleia marcada para esta quinta-feira será adiada para janeiro

Por Victor Irajá Atualizado em 19 dez 2019, 13h06 - Publicado em 19 dez 2019, 11h59

A Odebrecht continua enrolando seus credores. Marcada para esta quinta-feira, 19, a assembleia entre os representantes da empresa e os principais bancos do país, no âmbito do processo de recuperação judicial da companhia, será adiada para o mês que vem. E pela terceira vez — os credores se reuniram nos últimos dias 5 e 10, sem sucesso. O motivo: a empresa empurra com a barriga e apresenta, deliberadamente, planos inaceitáveis pelos credores para buscar uma negociação fora dos tribunais. Assim, espera conseguir melhores termos para o pagamento das dívidas que mantém com os bancos públicos Caixa, Banco do Brasil, BNDES e os privados Santander, Itaú e Bradesco.

Os bancos privados estão mais abertos para a negociação, porque têm ações da petroquímica do conglomerado, a Braskem, como garantia de suas dívidas. O plano da Odebrecht é vender a empresa e, com os vencimentos, cumprir suas obrigações. A maior resistência à negociação vem dos bancos públicos, principalmente da Caixa. A instituição não tem os créditos lastreados à petroquímica, e teme demorar a receber o que lhe é devido. A instituição chegou a pedir a falência do conglomerado em outubro.

Os advogados da empresa mantém bom diálogo com BNDES e Banco do Brasil, mas as duas instituições subiram o tom contra a Odebrecht nas últimas reuniões.

Dentro da empresa, o clima é de belicosidade. No início da semana, na ânsia de diminuir a influência do ex-mandachuva Marcelo Odebrecht, seu pai, Emílio Odebrecht, substituiu o presidente da empresa, Luciano Guidolin, pelo então chefe do conselho da holding, Ruy Sampaio. Nesta quarta-feira, o jornal Folha de São Paulo divulgou uma série de e-mails enviados por Marcelo ao pai. De acordo com o filho, Emílio seria o responsável pela bancarrota da empresa, que levou a companhia a entrar com o pedido de recupeação judicial.

Segundo Marcelo, o pai foi omisso durante o descalabro que a Operação Lava-Jato provocou ao império. Emílio, ainda segundo o filho, teria esvaziado a Kieppe, holding que comanda a Odebrecht presidida pelo patriarca, ao comprar fazendas avaliadas em 600 milhões de reais para uso privado e ter feito o pagamento com ações da Kieppe e não com seus próprios recursos. O pai teria, ainda segundo Marcelo, usado de sua influência para colocar executivos em cargos apenas para perpetuar-se no comando da empresa.

Em outubro, VEJA destrinchou a relação entre pai e filho, cuja relação está estremecida desde a prisão de Marcelo. Emílio rompeu com o filho depois da prisão do primogênito e prepara o caçula, Maurício, para assumir as rédeas da companhia — e os entreveros, claro, impactam diretamente a empresa. 

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