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Sapatos mais feios do mundo faturam bilhões na pandemia

As sandálias começaram a cair em desuso a partir de 2008 e quase levaram a empresa a falência; Em nove meses de 2021, receita cresceu 77%

Por Luana Zanobia Atualizado em 17 jan 2022, 21h34 - Publicado em 17 jan 2022, 17h47

Considerado um dos sapatos mais feios do mundo e eleito uma das piores invenções da história pela revista Time, os famosos sapatos de borracha da Crocs dividem opiniões pelo seu design excêntrico, mas já causaram frenesi durante os anos 2000. Era comum avistar empresários, políticos e celebridades com um par do famoso sapato que se assemelha a um crocodilo – por isso o nome Crocs – nos pés. Os sapatos começaram a cair em desuso a partir de 2008, mas voltaram a se tornar os novos queridinhos com um lucro estimado de 2 bilhões de dólares em 2021 e uma alta de 300% nas ações da empresa.

Nos nove primeiros meses de 2021, a Crocs registrou receita de 1,7 bilhão de dólares, aumento de 77,2% comparado ao mesmo período do ano passado, e estima ter alcançado 2,31 bilhões de dólares em receita no ano 2021. Com o anúncio de um acordo para comprar a rival Heydude por 2,5 bilhões de dólares, a empresa espera atingir uma receita de 5 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, até 2026.

Fundada em 2002 pelos executivos e velejadores americanos Lyndon Hanson, Scott Seamans e George Boedecker Jr., o modelo fez um tremendo sucesso na sua estreia. Confeccionado inicialmente para marinheiros que precisavam de sapatos leves, resistentes e antiderrapantes, o produto logo ganhou fama e passou a ser usado por toda a população. Um ano depois, em 2003, a Crocs já era um fenômeno global. O ex-presidente George W. Bush, o vocalista da banda Aerosmith, Steven Tyler, a apresentadora Oprah Winfrey, e a cantora Madonna foram alguns dos que se renderam ao conforto dos sapatos.

Com o sucesso, a empresa construiu novas fábricas ao redor do mundo, inclusive no Brasil em 2006, com capacidade para fabricar 3 milhões de pares de calçados por ano no país. Dois anos depois, impactada pela crise financeira de 2008, a Crocs encerrou as atividades da fábrica local. Em 2009, a empresa quase veio a falência. Os anos seguintes foram de bastante dificuldades para a marca, que passou a amargar quedas bruscas em suas vendas. Em 2015, a Crocs registrou prejuízo de 90,2 milhões de euros (379,36 milhões de reais na cotação da época), com queda de 2,8% nas vendas nos Estados Unidos, de 19% na Europa e de 10,4% na região da Ásia-Pacífico naquele ano.

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Mas a pandemia revigorou a Crocs. Se por um lado a crise sanitária devastou diversos negócios, por outro, gerou oportunidades para marcas como essa, que surfam na onda da moda “comfy”, que são roupas confortáveis para ficar em casa. Os sapatos lustrados e os saltos altos deram espaço ao conforto dos de borracha da marca durante o home office e se adequam ao pé durante as longas reuniões virtuais. De acordo com o site The Lyst Index, ranking trimestral das marcas e produtos mais quentes da moda, as buscas pelo calçado aumentaram 32% em 2020, classificando o item com um dos mais cobiçados.

Uma das estratégias para voltar aos holofotes foi fazer parcerias com marcas de luxo, como Christopher Kane e Balenciaga. O Crocs com uma plataforma de salto fino de 10 cm da Balenciaga foram exibidos na Paris Fashion Week e gerou um verdadeiro furor nos fashionistas em 2017. Recentemente, a marca também passou a alavancar os sapatos fazendo “collabs” – parcerias, colaborações – com famosos, como os cantores Justin Bieber, Bad Bunny e o rapper Post Malone. O sapato também marcou presença no tapete vermelho do Oscar. Apesar da alavancada da marca, algumas celebridades ainda torcem o nariz. A ex-Spice Girls Victoria Beckham já disse que preferia morrer a usar os sapatos.

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