LONDRES, 10 de novembro (Reuters) – O restabelecimento da produção de petróleo da Líbia está progredindo muito mais rápido do que o previsto, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira, mas um retorno total aos níveis de produção pré-guerra é improvável até 2013.
A AIE disse que espera que a Líbia produza cerca de 1,17 milhão de barris por dia (bpd) até o final do próximo ano, abaixo dos 1,6 milhão de bpd registrados antes do levante contra Muammar Gaddafi.
A avaliação da AIE está em contraste gritante com as estimativas oficiais da Líbia, que sugerem que os níveis de produção de petróleo poderiam ser totalmente restaurados até junho do próximo ano.
O primeiro-ministro interino, Ali Tarhouni, disse nesta quinta-feira que a produção facilmente ultrapassaria 700 mil bpd até o final deste ano.
Mas a AIE, que assessora mais de duas dezenas de países industrializados sobre política energética, afirmou que espera que a produção seja retomada mais lentamente e estima que a produção total atual esteja em cerca de 530 mil bpd.
A agência avaliou que os danos pesados aos terminais de exportação de petróleo e outras instalações petrolíferas vão atrasar a recuperação, e muitos dos reparos necessários teriam de ser realizados por especialistas estrangeiros que trabalham para as companhias internacionais de petróleo.
“A maior parte da restauração da produção foi realizada pelos agentes locais da indústria do petróleo, com grande parte da força de trabalho estrangeira ainda fora do país”, apontou o Relatório sobre o Mercado de Petróleo da AIE, de periodicidade mensal.
O relatório mostrou que a produção em alguns campos de petróleo da bacia de Sirte, como o Waha, poderia ser limitada por danos pesados ao terminal principal de exportação de petróleo em Es Sider, com os reparos podendo demorar um ano.
A AIE disse que nenhum petróleo estava sendo produzido agora em Waha, o maior campo de petróleo na Líbia, que anteriormente bombeava cerca de 400.000 bpd.
Os fluxos de produção do campo petrolífero de Amal, que serve como um ponto de reunião de campos menores na bacia de Sirte, também poderiam ser contidos pelos danos ao terminal de exportação Ras Lanuf, incluindo infraestruturas essenciais como tanques de armazenamento e salas de controle.
No entanto, a AIE disse que os piores temores de assassinatos por vingança e ataques à infraestrutura petrolífera não se concretizaram e até agora as exportações de petróleo tinham progredido de forma mais tranquila que o previsto.
Embora grande parte do petróleo inicial a ser produzido na Líbia esteja indo para refinarias nacionais, a AIE afirmou que as exportações de petróleo em novembro poderiam ficar entre 200.000 e 250.000 bpd.
“As autoridades da Líbia fizeram um esforço enorme para restaurar as operações de exploração, desenvolvimento, produção e transporte”, apontou o relatório.
(Reportagem de Angela Bulgari)