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Recuo no preço dos alimentos é aposta de Bolsonaro para virar o jogo

Além da melhora dos dados econômicos, percepção de preços mais em conta no mercado é esperança para o presidente na nova etapa da campanha

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 out 2022, 19h56 - Publicado em 3 out 2022, 09h31

Três semanas separam o Brasil da decisão final sobre quem será o presidente da República. E a aposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) em trazer a economia para o centro de debate – como ele sinalizou na fala após a confirmação do segundo turno entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – ganhou mais fôlego. Desde agosto, quando a campanha eleitoral de fato teve início, a inflação começou a desacelerar. Se antes muito focado nos combustíveis, o recuo nos preços começa a chegar ao preço dos alimentos, que tem peso maior para a classe mais baixa e pode ser um caminho para que o presidente desidrate o adversário.

“Eu entendo que tem muito voto que foi pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos. Em especial, da cesta básica. Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior”, disse Bolsonaro na noite de domingo. Se no primeiro turno a aposta foi que os 600 reais do Auxílio Brasil trariam o voto dos mais pobres, a crença agora é que a percepção de melhora, aliada a mais uma parcela do benefício, possa surtir o dividendo político esperado.

O índice oficial de inflação (IPCA) de setembro será divulgado na próxima semana, mas já há indícios da desaceleração dos preços. A prévia divulgada na semana passada, que marcou o segundo mês de deflação, trouxe o recuo de três dos nove grupos medidos, entre eles os alimentos. No acumulado de doze meses, entretanto, os preços dos alimentos ainda estão 14% mais altos. O recuo dos alimentos reflete a queda na cotação das commodities agrícolas (como soja, milho, leite, entre outros). “A deflação esperada para setembro é explicada principalmente por alimentos e combustíveis, cujas quedas recentemente observadas nos preços ao produtor devem ser repassadas ao consumidor. Espera-se que o recente recuo nos preços das commodities também contribua para atenuar a inflação nos meses seguintes, em menor intensidade”, afirma o Banco Central no relatório trimestral de inflação, divulgado na última quinta-feira.

Com esses recuos desenhados, o mercado financeiro espera que a inflação encerre o ano em 5,42% – ainda acima do limite da meta, mas bem menor que a projeção já alcançada neste ano, que rondou a casa dos 9%. Nessa esperança de passar um cenário econômico mais leve após a crise sanitária da pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro deve reforçar neste segundo turno o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a recuperação econômica do país. A ideia agora é que, além das falas, a percepção disso também chegue ao eleitor.

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