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Recessão econômica trava encomendas de Natal no Brasil

Com estoques elevados no varejo e na indústria e uma perspectiva desfavorável de vendas no final de ano, as lojas estão fazendo os pedidos a conta-gotas

Por Da redação
Atualizado em 7 nov 2016, 09h23 - Publicado em 7 nov 2016, 09h14

O Natal para os fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos, que normalmente ocorre em outubro, por conta das encomendas feitas pelo comércio, neste ano está atrasado. Com estoques ainda elevados no varejo e na indústria e uma perspectiva desfavorável de vendas no final de ano, as lojas estão fazendo os pedidos a conta-gotas.

O resultado dessa maior cautela aparece no ritmo de produção das fábricas da Zona Franca de Manaus (AM), que concentra a produção de aparelhos de áudio e vídeo. Hoje as indústrias do polo, que em épocas normais estariam trabalhando a todo vapor, ocupam cerca da metade da capacidade de produção, segundo o presidente Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco. Também as empresas praticamente não contrataram trabalhadores temporários para o fim de ano.

“A demanda de produtos para o Natal não aconteceu. É a primeira vez em 25 anos que presencio isso”, diz o presidente do CIEAM. Normalmente, observa Périco, o quadro de pessoal nas indústrias cresce entre 6% e 7% de outubro a janeiro para atender ao aumento da produção de fim de ano.

Além de não contratar temporários, o emprego dos trabalhadores que ocupam vagas regulares nas indústrias da Zona Franca deu marcha à ré. O segmento de eletroeletrônicos, que encerrou 2015 com 41,2 mil empregados, tinha em agosto deste ano 31,4 mil trabalhadores, segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A reportagem apurou também que há empresas que reduziram turnos de trabalho.

Outro sinal de fraqueza da atividade aparece nas quantidades fabricadas de produtos, que caíram em quase todos os segmentos de eletrônico. De janeiro a agosto – o último dado disponível da Suframa-, o volume fabricado de aparelhos de ar condicionado split recuou 60% em relação ao mesmo período de 2015. No forno de micro-ondas, a retração foi 40% e nas TVs, item tido como o carro-chefe de consumo da linha de áudio e vídeo, a queda foi de 20%, nas mesmas bases de comparação.

Dia a dia

Um executivo de uma grande indústria confirma que os varejistas estão comprando os produtos “no dia a dia”. Segundo ele, os lojistas enxergam na Black Friday, a megaliquidação do varejo marcada para a última sexta-feira deste mês, a oportunidade para aliviar os estoques que estão elevados nas lojas.

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Já na opinião de Domingos José Alves, supervisor-geral da Lojas Cem, o acúmulo de estoque está na indústria. “Estamos comprando de acordo com a necessidade”, afirma o executivo, que dirige uma rede varejista de 243 lojas especializadas em móveis e eletroeletrônicos.

Alves conta que neste ano encomendou um volume de produtos equivalente ao pedido feito no fim de 2015. Segundo ele, a sua rede foi a única que, até agora, fez a programação de compras para o fim de ano, de acordo com relatos de indústrias.

Procuradas, a rede Magazine Luiza, a fabricante de eletrodomésticos Electrolux e a Samsung, de eletrônicos, disseram não tinham porta-voz disponível para falar sobre o tema. A Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, alegou que está em período de silêncio por causa do processo de fechamento de capital no Brasil.

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(Com Estadão Conteúdo)

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