MADRI, 10 jun (Reuters) – O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse neste domingo que a Espanha evitou um resgate completo de sua dívida soberana devido a medidas adotadas para cortar o déficit público e a reformas econômicas empreendidas.
No sábado, a zona do euro fechou acordo de empréstimo de 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis. “Se não tivéssemos feito o que fizemos nestes cinco meses, o que se teria cogitado ontem seria a intervenção da Espanha”, disse Rajoy em entrevista a jornalistas.
Rajoy assegurou que nem ele, nem o Executivo do país foram pressionados a pedir ajuda europeia aos bancos. “A mim ninguém pressionou. Eu é que tenho pressionado. Queria uma linha de crédito para resolver o problema”, disse.
O presidente do governo espanhol, que evitou a palavra “resgate”, quis deixar claro que o acordo “não tem nada a ver” com outros processos em outros países, em velada referência à Grécia, Irlanda e Portugal.
Rajoy, que iniciou a entrevista à imprensa citando a importância de sanear o setor financeiro, reconheceu que a ajuda é um “passo na direção adequada” para resolver uma situação que segue complicada.
O chefe de governo assegurou que a ajuda da zona do euro aos bancos espanhóis não implicará cortes públicos adicionais, já que o resgate não terá efeito sobre o déficit público.
(Reportagem de Fiona Ortiz, Carlos Ruano y Rodrigo de Miguel)