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Queda da Selic eleva risco de inflação furar teto da meta em 2025, diz BC

Caso Selic caia no ritmo projetado pelo mercado, probabilidade de inflação furar teto da meta subiu para 25% em 2025

Por Márcio Juliboni Atualizado em 27 jun 2024, 12h45 - Publicado em 27 jun 2024, 10h59

A redução da taxa básica de juros, a Selic, no ritmo projetado pelo mercado aumentaria os riscos de a inflação furar o teto da meta neste ano e no próximo. É o que afirma o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira, 27. “A probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância aumentou para 2024 e 2025”, diz o documento.

Segundo o BC, caso a Selic siga a trajetória desenhada pelo mercado no Boletim Focus, o risco de o IPCA (índice de preços ao consumidor amplo) estourar o teto da meta subiu de 19% para 28% neste ano, e de 17% para 25% no próximo. Nos dois casos, o centro da meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o teto de 2024 e de 2025 é de 4,5%.

O Relatório de Inflação divulgado hoje se baseia nos cenários captados pelo Focus de 14 de junho. Nele, o mercado previa que a Selic terminará o ano em 10,5%, baixando para 9,5% ao fim de 2025, e chegando a 9% em dezembro de 2026.

“O aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado, mas foi contido pela subida da taxa de juros real”, explica o relatório desta quinta-feira.

A alta do dólar, a inércia da projeção de inflação de curto prazo e a elevação da taxa de juros neutra (taxa que nem ajuda, nem prejudica a atividade econômica) também impulsionaram as expectativas inflacionárias nos próximos anos, segundo o BC.

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A autoridade monetária afirma que a deterioração do cenário seria pior, sem o aumento da taxa de juros real. A medida foi considerada “fundamental” pelo BC. Outro fator positivo, na comparação com a penúltima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em maio, foi a queda do preço do petróleo.

O BC acrescenta que, em seu cenário básico, após um pico no segundo trimestre, a inflação tende a retomar sua trajetória de queda a partir de julho. O ritmo, contudo, não será suficiente para mantê-la na meta. No cenário de referência, o IPCA termina 2024 em 4%, cai para 3,4% em 2025, e para 3,2% no ano seguinte.

Parecem números positivos, já que todos se encontram dentro da margem de tolerância, mas o que deixou o BC com a pulga atrás da orelha foi a sua deterioração. No Relatório de Inflação de março, o cenário de referência apontava um IPCA de 3,5% para este ano, e de 3,2% para o próximo. Portanto, mesmo freando o corte da Selic, as expectativas agora são 0,5 ponto percentual maiores para 2024, e 0,2 pp para 2025.

Ao mesmo tempo, as projeções do mercado, captadas pelo Boletim Focus, também pioraram, reforçando a desancoragem das expectativas. “Em meio a aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já se encontravam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, diz o BC no relatório de hoje.

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