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Projetos com conteúdo nacional podem ter mais crédito

Por Da Redação
10 nov 2011, 11h56

Por Alessandra Saraiva

Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está inclinado a elevar a cobertura de financiamentos para empreendimentos que contam com maior conteúdo local, segundo afirmou hoje o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Na prática, a iniciativa poderia ajudar a conter possíveis impactos negativos na indústria nacional de concorrência de importados, devido à chance de continuidade no movimento de dólar mais fraco em horizonte de médio prazo.

Segundo Coutinho, o BNDES não precisaria mudar regras de financiamento e sim avaliar, de forma aprofundada, o que seria exatamente conteúdo local em cada projeto. Ele informou que, recentemente, o banco notou enfraquecimento de participação de conteúdo local, por “utilização de critérios não tão precisos de avaliação da produção e da agregação de valor aqui”.

“Às vezes, infla-se determinados custos para dizer que são conteúdo local e enxerta-se mais importação. Essas distorções oportunistas, que vieram em aporte com a apreciação do câmbio, precisam ser corrigidas”, explicou. Assim, quem se dispusesse a conceder maior porcentual de conteúdo local em um empreendimento, dentro das regras do BNDES Finame, por exemplo, poderia deter cobertura maior do banco no total financiado.

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“O teto (da cobertura) varia, mas a exigência mínima de conteúdo local é de 60%. Então (para) quem agregar mais, posso dar cobertura maior. Essa poderia ser uma possibilidade, mas isso é apenas uma hipótese, não quero adiantar”, afirmou, após participar de evento da IBM hoje, no Teatro Municipal, no Rio, sobre cidades inteligentes.

Crise europeia

O ambiente de turbulência na Europa pode oferecer oportunidades para a iniciativa privada brasileira, segundo avaliação de Luciano Coutinho. Para ele, embora o setor bancário global apresente sinais negativos, o mesmo não se pode dizer do ambiente empresarial mundial. “O setor corporativo está relativamente bem e saudável, tanto na Europa como nos Estados Unidos. E o setor corporativo tem saúde financeira e vai precisar investir em economias que estejam crescendo e que tenham potencial de sustentação do investimento”, afirmou, acrescentando que o Brasil poderia ser uma opção nesse contexto.

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Coutinho foi questionado se o ambiente de incerteza externa poderia conduzir à fuga de capitais estrangeiros no Brasil, devido à perspectiva de maior cautela em investimentos em momentos de crise. Ele afirmou que esta análise seria correta se o setor corporativo se encontrasse em situação difícil no momento.

“Estamos assistindo ao ingresso de investimento estrangeiro reforçado em várias áreas. A cadeia de óleo e gás é uma obviedade, já tem atraído muitos investimentos. A indústria automotiva também. O que precisamos fazer é ter política acolhedora em relação ao investimento direto estrangeiro, e de incentivo à agregação de valor”, frisou.

O executivo também minimizou possíveis impactos negativos para a indústria brasileira de ingressos reforçados de capital estrangeiro no País. Para Coutinho, o governo brasileiro está atento a isto, e conta com instrumentos, como as reservas, que podem neutralizar entrada excessiva de capital. “As vantagens que o investimento direto estrangeiro traz em termos de emprego e incentivo à maior agregação de valor e à maior inovação superam os inconvenientes, que podem ser neutralizados através da aquisição de reservas e de políticas prudenciais que o governo tem adotado”, avaliou.

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