Professores de escolas particulares de SP prometem nova greve no dia 29
Os principais pontos de discórdia referem-se à manutenção da bolsa de estudos integral para até dois filhos dos docentes e recesso de 30 dias
Os professores das escolas particulares do Estado de São Paulo decidiram realizar mais um dia de paralisação na próxima terça-feira, 29, para pressionar o sindicato patronal a aceitar a renovação integral da convenção coletiva da categoria – documento que assegura os direitos negociados.
Os docentes realizaram uma paralisação nesta quarta-feira 23, atingindo um total de 37 escolas e mais de 3.200 profissionais, de acordo com o Sinpro-SP. A decisão sobre mais um dia de greve foi tomada durante assembleia na sede do sindicato, na zona sul da capital paulista.
De acordo com Silvia Bárbara, diretora do Sinpro-SP, o movimento deve ganhar força a partir de agora, e mais escolas podem aderir aos protestos e paralisações de atividades na próxima terça.
“A última vez que nossa campanha salarial foi para dissídio foi em 2003. Naquela época nossa pauta principal foi garantir um reajuste salarial que equiparasse a alta da inflação do período”, explica a diretora. “Dessa vez, a campanha não tem como prioridade o reajuste salarial. Nossa luta é para manter direitos básicos da categoria, que existem há mais de vinte anos”, afirma.
Os principais pontos da discórdia entre os professores e o sindicato patronal referem-se à manutenção da bolsa de estudos integral para até dois filhos dos docentes, o recesso de trinta dias, a garantia semestral de salário e a unificação das férias, impedindo que elas sejam parceladas (como prevê a nova legislação trabalhista).
O Sinpro-SP rejeitou as propostas da entidades mantenedoras, que alteravam os benefícios e reviam outras 26 cláusulas da Convenção Coletiva, e levou as negociações para julgamento do dissídio no Tribunal Regional do Trabalho.
No Estado de São Paulo são cerca de 112.000 professores, distribuídos em mais de 7.000 escolas, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.