Produção industrial cresce 0,8% em outubro e tem terceira alta seguida
Foi o melhor resultado para o mês desde 2013; apesar do avanço, setor ainda registra queda de 1,1% no acumulado do ano
Puxada por produtos alimentícios e farmacêuticos, a produção da indústria brasileira cresceu 0,8% em outubro, na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta quarta-feira, 4, pelo IBGE. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2012 – quando o crescimento foi de 1,5% – e a terceira alta consecutiva para o setor, algo que não acontecia desde 2017.
O crescimento foi registrado no mês em três das quatro grandes categorias econômicas, e catorze dos 26 ramos pesquisados avançaram em outubro. No acumulado do ano, no entanto, o setor industrial tem queda de 1,1%. Nos últimos doze meses, o recuo é de 1,3%.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o crescimento tem sido influenciado por uma pequena melhora no mercado de trabalho, maior concessão de crédito, liberação do FGTS e a inflação baixa. “Essa melhora está longe de recuperar as perdas do passado, mas mostra uma mudança no setor industrial, que até metade do ano estava negativo”, avalia.
Entre as atividades, as influências positivas mais importantes no crescimento de outubro foram registradas por produtos alimentícios (3,4%), sobretudo açúcar e suco de laranja, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%).
Macedo destaca que também tiveram impactos positivos relevantes os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,9%), de celulose, papel e produtos de papel (2,4%), de impressão e reprodução de gravações (15,3%), de máquinas e equipamentos (1,4%), de outros produtos químicos (1,1%), de produtos de minerais não-metálicos (1,8%) e de bebidas (1,6%).
Por outro lado, o gerente da pesquisa observa que entre os dez ramos que reduziram a produção nesse mês estão os produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), metalurgia (-3,2%), com perda de 7,1% em cinco meses consecutivos de queda na produção; e nas indústrias extrativas (-1,1%), que marcaram a segunda taxa negativa seguida, com perda acumulada de 2,9% nesse período.
“Esses três segmentos têm forte impacto no contexto do setor industrial, mas o maior deles decorre dos derivados do petróleo. Na metalurgia, a sequência de quedas ocorreu principalmente nos produtos siderúrgicos”, comentou André Macedo. Outros recuos foram registrados nos segmentos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,4%), móveis (-5,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,6%).
Já entre as grandes categorias econômicas analisadas pela Pesquisa Industrial Mensal, os melhores resultados foram registrados nos bens de consumo duráveis (1,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,0%). O segmento de bens intermediários (0,3%) também mostrou avanço nesse mês. Já setor de bens de capital foi o único que apontou taxa negativa em outubro (-0,3%).