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Prévia da inflação dá suporte à possível mudança de ritmo do BC

IPCA-15 de março registrou avanço de 0,36%, acima da projeção de 0,30%, com núcleos e serviços subjacentes em trajetória altista

Por Luana Zanobia Atualizado em 27 mar 2024, 06h40 - Publicado em 26 mar 2024, 15h34

O Banco Central justificou nesta terça-feira, 26, em sua ata preocupações com o cenário inflacionário para a alteração do “forward guidance”, ou seja, o ritmo de corte da taxa de juros, a Selic, apontando apenas mais um corte de 0,50 percentual na próxima reunião.

O documento saiu no mesmo dia que o IPCA-15 de março, considerado a prévia da inflação, que registrou alta de 0,36%, acima das expectativas do mercado, que projetava algo em torno de 0,30%.

Embora a inflação acumulada de 12 meses esteja em 4,1% abaixo do limite do teto de 4,5%, a inflação desacelerou bem menos que o esperado e os núcleos e serviços subjacentes continuam a preocupar pela trajetória altista.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em março. A maior variação e o maior impacto vieram de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,91% na comparação mensal. “Ficamos desapontados com o recuo da inflação de alimentação, gostaríamos de ter observado uma diminuição da inflação mais expressiva nesse conjunto de preços”, diz Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez.

Na sequência, vieram os grupos Transportes, com aumento de 0,43%, Saúde e cuidados pessoais com alta de 0,61%, e Habitação com alta de 0,19%. “Tivemos surpresas altistas difundidas em quase todos os principais grupos do IPCA. Nesse primeiro olhar do número como um todo, não achamos que foi um resultado tão favorável”, diz Costa.

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Segundo o Itaú, em relação aos núcleos, os serviços subjacentes vieram acima das expectativas puxados por alimentação fora do domicílio e condomínio, mas foram compensados por industriais subjacentes vieram abaixo do esperado.

Na média de três meses anualizada, os serviços subjacentes aceleraram para 5,8%; nos industriais, praticamente zerou e, nos alimentos, o indicador acelerou para 5,4%. “Apesar da melhora da média dos núcleos na margem, a média de três meses também piorou, atingindo 3,6%, máxima em cinco meses. Com a mensagem da ata hoje, tudo em aberto ainda, não é possível descartar um 0,50% em junho, mas é mais um argumento na direção que o BC tenha que reduzir o pace de corte de IPCA”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Além disso, existe uma preocupação do BC em relação ao mercado de trabalho aquecido que pode exercer pressão sobre a inflação. A fonte da incerteza seria a evolução do mercado de trabalho, onde se registram aumentos dos rendimentos que não estariam respaldados por ganhos de produtividade, portanto, sendo potenciais fontes de pressões inflacionárias.

“Crescimento dos rendimentos sem respaldo de ganhos de produtividade, principalmente no setor de serviços, pode gerar pressões sobre a inflação do setor. E a evidência mais recente, incluindo o próprio IPCA-15 de março divulgado hoje, mostra que é justamente a inflação de serviços a que tem surpreendido negativamente”, diz Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil. Segundo o comunicado do Copom, é necessário acompanhar ainda mais de perto a evolução do mercado de trabalho para avaliar se, efetivamente, os aumentos de rendimentos podem colocar em risco a trajetória de desinflação.

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