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Pressionada por alimentos, inflação acelera para 0,46% em maio

Indicador para o mês veio acima das projeções, que eram de 0,40% para o período. Chuvas no Rio Grande do Sul tiveram impacto sobre os preços

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 jun 2024, 14h40 - Publicado em 11 jun 2024, 09h09

O índice oficial de inflação do país acelerou para 0,46% em maio na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira, 11. A alta foi puxada pelo aumento do preço dos alimentos, consequência da catástrofe climática no Rio Grande do Sul.

O indicador veio acima da estimativa do mercado, de 0,40%. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado é de 2,27% e, nos últimos doze meses, de 3,93%. A meta para a inflação deste ano é de 3%, com teto da meta até 4,5%. Esse é o último dado de inflação divulgado antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana.

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Principal peso no índice de inflação do mês, a alimentação subiu 0,62% na comparação com abril. A principal razão da alta está em tubérculos, raízes e legumes (6,33%). Dentre eles, destaca-se a batata-inglesa, com aumento de 20,61%, o maior impacto individual sobre o índice geral.

Quais as razões do aumento?

O gerente da pesquisa, André Almeida, observa que a mudança das safras é um dos fatores relacionados ao aumento do tubérculo, bem como os impactos das chuvas no sul do país. “Parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, diz.

Leia também: Inflação com viés altista aumenta a probabilidade de manutenção da Selic

Além da batata-inglesa, outros alimentos com grande presença na mesa dos brasileiros também subiram em maio, com destaque para a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%). “O leite está em período de entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado internacional, o que explica o resultado de maio”, destaca o pesquisador.

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 Depois de alimentação e bebidas, o grupo que mais influenciou o resultado geral foi o de habitação (0,67%), com a alta da energia elétrica residencial (0,94%), o terceiro item de maior impacto individual sobre o resultado geral. O resultado é explicado pela aplicação dos reajustes tarifários em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). A taxa de água e esgoto (1,62%) e o gás encanado (0,30%) também contribuíram para a alta do grupo. Já a variação de saúde e cuidados pessoais (0,69%) foi a maior entre os nove grupos investigados pela pesquisa. O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (1,04%), com destaque para perfume (2,59%) e produto para pele (2,26%). “Maio é marcado pelo Dia das Mães, que colaborou para o aumento de preços dos perfumes, artigos de maquiagem e produtos para pele”, avalia o gerente.

Leia também: Batata, passagem aérea e leite: os itens que puxaram a inflação de maio

No grupo dos transportes (0,44%), passagem aérea registrou a primeira alta do ano (5,91%) e foi o quarto item individual de maior impacto na inflação do país. Em abril, a deflação desse item foi de 12,09%. Além dele, em maio, houve alta nos combustíveis (0,45%), impactada pelo etanol (0,53%), pelo óleo diesel (0,51%) e pela gasolina (0,45%). Também subiram os preços do metrô (1,21%) e do táxi (0,55%).

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