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Presidente do TikTok deixa o cargo em meio a disputas entre EUA e China

Kevin Mayer foi executivo da Disney por 10 anos e estava há apenas 100 dias como chefe do app chinês; "clima político mudou", disse em carta de despedida

Por Josette Goulart Atualizado em 27 ago 2020, 10h49 - Publicado em 27 ago 2020, 10h42
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  • Recentemente, Kevin Mayer deixou um cargo importante na Disney para assumir a presidência do TikTok, rede social da empresa chinesa ByteDance e que virou uma febre mundial. Era um desafio e tanto, afinal, em plena pandemia, foi a rede social mais baixada do mundo. Já tem 2 bilhões de downloads. Nos Estados Unidos, são 100 milhões de americanos usam o TikTok. Mas Mayer não resistiu à disputa política entre Estados Unidos e China que transformou o TikTok em ponto de disputa entre as potências e decidiu deixar o cargo depois de apenas 100 dias. Na quarta-feira, 26, enviou uma carta aos seus colegas. “Nas últimas semanas, como o ambiente político mudou drasticamente, fiz uma reflexão significativa sobre o que as mudanças estruturais corporativas exigirão e o que isso significa para o papel global para o qual me inscrevi. Diante desse cenário, e como esperamos chegar a uma solução em breve, é com o coração pesado que gostaria de informar a todos que decidi deixar a empresa”.

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    O presidente americano Donald Trump está obrigando o TikTok a deixar o país, se não for vendido para uma empresa americana. A alegação é que a rede social estaria roubando dados dos americanos para o Partido Comunista Chinês. Trump chegou a dar apenas 45 dias para o banimento e isso significaria que nenhum americano poderia mais ter o aplicativo em seu celular a partir de setembro. Posteriormente, o presidente estendeu o período e o aplicativo continua funcionando até novembro caso não seja vendido. O TikTok não ficou parado e entrou com uma ação judicial contra o governo americano em que diz que Trump ignora os esforços da empresa para diminuir suas preocupações. O próprio Mayer, que agora está deixando o cargo, é americano e comandava mundialmente a empresa diretamente dos Estados Unidos.

    Os analistas políticos que acompanham as eleições americanas dizem que é uma jogada política em que Trump usa empresas chinesas para convencer os eleitores de que ele e um árduo defensor dos Estados Unidos. O jornal The Wasghinton Post chegou a noticiar no fim de semana que quem teria plantado a semente em Trump foi Mark Zuckerberg, dono do Facebook e Instagram. Zuckerberg tem de fato motivos para se preocupar com o avanço do TikTok, hoje seu maior concorrente.

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    Mas com uma rede de tanto sucesso, logo apareceram candidatos para comprar o TikTok e hoje Microsoft, Oracle e Netflix estão em conversas com a ByteDance. Enquanto isso, o TikTok será presidido interinamente por Vanessa Pappas, que hoje comanda a operação nos Estados Unidos.

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