Presidente de Volkswagen, Martin Winterkorn, renuncia ao cargo
Decisão foi tomada após escândalo de fraude em software usado em carros da montadora alemã para burlar testes de emissões de poluentes
O presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, anunciou sua renúncia ao cargo nesta quarta-feira, após assumir a responsabilidade pelo escândalo de fraude em testes de emissões poluentes. “Admito como presidente a responsabilidade pelas irregularidades encontradas nos motores a diesel, e por isso pedi ao comitê de supervisão que chegue a um acordo para encerrar minha função como presidente do consórcio”, disse em comunicado, publicado pela imprensa internacional.
Winterkorn estava no comando da montadora alemã desde 2007. Apesar de admitir a ocorrência de malfeitos na empresa, o executivo afirmou que, pessoalmente, não teve má conduta. “Não tenho conhecimento de nenhuma atitude errada da minha parte”, completou.
Desde a última sexta-feira, a Volkswagen está no centro de um escândalo que ganhou repercussão mundial. A montadora admitiu que usou um sistema que adultera a emissão de gases poluentes de carros movidos a diesel vendidos nos Estados Unidos para receber um selo ecológico das autoridades americanas. Nos testes, o carro tinha baixa emissão de poluentes, mas depois, nas ruas, o volume de poluentes era maior que o dos testes.
“Estou impressionado com os eventos dos últimos dias, sobretudo, estou chocado com o fato de uma conduta errada nesta escala ter sido possível no grupo Volkswagen”, acrescentou. Winterkorn, cujo contrato terminaria no final de 2016, insistiu que o processo de esclarecimento e de transparência deve continuar. “Esta é a única forma de ganhar confiança”, disse.
A Volkswagen anunciou que até 11 milhões de veículos em todo o mundo poderão ser afetados pelo software usado para burlar testes de emissões de poluentes. A montadora também anunciou planos de fazer uma reserva de 6,5 bilhões de euros (7,27 bilhões de dólares) neste trimestre para cobrir custos relacionados ao escândalo. A fraude ainda pode fazer a empresa levar multas que chegariam a 18 bilhões de dólares, além de possíveis ações na Justiça movidas por consumidores.
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(Da redação)