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Preços de alimentos aproximam-se de ‘ponto perigoso’, alerta Banco Mundial

Para Robert Zoellick, presidente do órgão, escassez de produtos agrícolas pode acentuar a instabilidade política nos países mais pobres

Por Da Redação
19 fev 2011, 17h08

Entre outubro de 2010 e janeiro de 2011, os preços dos alimentos aumentaram 15%, arrastando 44 milhões de pessoas para a pobreza

O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, alertou neste sábado os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais do G20 – o grupo dos 19 países mais ricos do mundo, mais a União Europeia – que o mundo está chegando a um “ponto perigoso” devido à alta nos preços dos alimentos, o que poderia acentuar a instabilidade política.

Zoellick instou as autoridades econômicas do bloco a “priorizar os alimentos em 2011”. Segundo ele, a alta nos preços destes produtos estimulará uma elevação da oferta agrícola, mas, nos próximos dois anos, “poderão ocorrer distúrbios, cair governos, e as sociedades se inclinarem à desordem”, afirmou.

A escassez de alimentos é um dos fatores que influenciaram as recentes revoltas maciças e a instabilidade política em países do Oriente Médio e do norte da África. “Precisamos ser sensíveis e estar alertas ao que está acontecendo com os preços dos alimentos e seu efeito potencial na instabilidade social”, disse o diretor do Banco Mundial à imprensa.

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Zoellick considerou que a comunidade internacional tem de estar preparada para ajudar rapidamente países como a Tunísia, onde uma rebelião popular depôs, em janeiro, o regime de Zine el Abidine Ben Ali, no poder durante 23 anos.

Pobreza – O Banco Mundial destacou que, entre outubro de 2010 e janeiro de 2011, os preços dos alimentos aumentaram 15%, arrastando 44 milhões de pessoas para a pobreza.

Reduzir a volatilidade dos preços das matérias-primas, inclusive os alimentos, é uma das prioridades da presidência francesa do G20. No sábado, ao fim de dois dias de debates em Paris, os ministros das Finanças do G20 se comprometeram a trabalhar para regular os mercados de derivativos destas matérias-primas, reforçando sua transparência.

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Brasil e Argentina – grandes exportadores de produtos agrícolas – apoiaram a proposta, que afasta os temores de uma tentativa do mundo desenvolvido de controlar os preços. “Há um consenso internacional de que se trabalhe muito forte para limitar os investimentos especulativos no sistema produtivo de commodities, não só alimentos, mas também minerais e a produção de petróleo”, disse o ministro argentino de Finanças, Amado Boudou. “O objetivo é uma regulação maior dos mercados, maior transparência e medidas que aumentem a oferta”, acrescentou.

Neste sentido, Zoellick disse que os ministros do G20 foram receptivos a uma série de ideias do Bird e insistiu em que “o melhor antídoto contra os que se queixam de que o G20 é um lugar onde se fala, é adotar uma ação real. E uma ação destinada aos mais vulneráveis é a melhor forma”, concluiu.

Em 2008 ocorreram distúrbios em países da África, no Haiti e nas Filipinas por causa do aumento nos preços dos alimentos.

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(com AFP)

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