Pouco interesse no Brasil faz governo buscar investidores no exterior
A baixa adesão aos projetos de concessão de rodovias e ferrovias no país levou Planalto a buscar interessados nos Estados Unidos
Em evento com potenciais investidores em Nova York, nos Estados Unidos, os representantes do governo brasileiro vão tentar convencer os estrangeiros a aderir ao plano de concessões de infraestrutura. Para isso, o Planalto montou uma apresentação com as taxas de retorno dos pacotes de rodovias e ferrovias e as novas regras de financiamento, segundo informações da assessoria de imprensa da Empresa de Planejamento Logístico (EPL).
Depois de perceber a falta de interesse em taxas baixas de retorno do investimento – de 5,5% ao ano em rodovias e de 6,5% em ferrovias -, o governo resolveu abrir para os investidores um outro cálculo, até então pouco divulgado: a taxa de retorno alavancado, ou seja, o retorno bruto que leva em consideração os prazos e as condições de financiamento do BNDES. Com esses novos dados, a proposta é de porcentuais de até 17% ao ano para rodovias e 16% para ferrovias. Para o trem de alta velocidade (TAV),o retorno é de 11,57%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia comentado, no início de fevereiro, que as taxas de retorno de rodovias ultrapassariam os 10%. Outras condições dos leilões também foram alteradas, como o prazo de vigência dos contratos de rodovias, que passou de 25 para 30 anos, e o prazo de financiamento, que avançou de 20 para 25 anos. O ministro admitiu ainda, na ocasião, que a proposta inicial do governo superestimava o fluxo nas estradas privatizadas e, por isso, a expectativa de crescimento do tráfego foi revista para baixo, passando de 5% para 4%.
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Para as ferrovias, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, já havia adiantado que a primeira minuta de edital de ferrovias do país terá um prazo de concessão maior. Como aconteceu nas rodovias, o prazo também aumentou cinco anos: de 30 para 35 anos.