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Por segurança, aplicativos criam categoria de motoristas mulheres

Esse tipo de serviço cresce cada vez mais entre as passageiras

Por Thaís Augusto Atualizado em 5 abr 2017, 11h08 - Publicado em 5 abr 2017, 08h27

De uma experiência pessoal ruim, Gabriela Corrêa tirou forças para dar a volta por cima. Ela diz que há um ano foi assediada por um motorista de um táxi enquanto ia para bar encontrar as amigas. “Ele perguntou como meu marido me deixou sair sozinha, mudou o caminho e, quando chegamos ao destino, ele disse: ‘Se eu soubesse que você vinha para um bar, eu te esperaria, pois estaria bêbada e eu me aproveitaria de você’”.

Na época, segundo Gabriela, não existiam aplicativos que ofereciam o serviço de táxi apenas com motoristas do sexo feminino. Após pesquisar, a empreendedora desenvolveu um projeto que estreou no dia 23 março em São Paulo, o Lady Driver.

 

“Começou com a minha dor, e agora o aplicativo tem a missão de empoderar outras mulheres”, conta.

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O Lady Driver foi credenciado pela prefeitura da cidade no dia 8 de março. Segundo a criadora, o fluxo de passageiras aumenta cada dia mais. Por enquanto, o serviço funciona somente em São Paulo, mas há planos para que o aplicativo possa se expandir para outras cidades.

Apenas nos primeiros dias foram cadastradas 2.400 motoristas no aplicativo. “A união e valorização do trabalho das mulheres no volante é importante. Também tem a coisa da empatia, a passageira se sente mais tranquila e confortável com outra mulher no carro, além de gerar mais renda para as motoristas”.

Outro aplicativo focado no público feminino é o FemiTaxi, criado pelo administrador Charles-Henry Calfat após relatos de várias amigas. “Tive a ideia há dois anos, quando várias amigas falavam que alguns motoristas têm comportamento inadequado, arrumavam o espelho retrovisor para olhar pra elas, pediam o número de WhatsApp”.

FemiTaxi conta com 15 mil downloads, mas o serviço também pode ser solicitado pela internet. “Atendemos em torno de 100 mulheres por dia, temos muitas clientes fiéis”.

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Atualmente, o aplicativo atende nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte, mas há planos de expansão para o Rio de Janeiro – por lá, o FemiTaxi deve estrear no mês que vem.

“Como o aplicativo teve repercussão em veículos internacionais, como a CNN, estamos fazendo várias negociações com investidores no Equador e Buenos Aires. No Brasil, temos planos para expandir para o Recife”, conta Calfat.

Diferentemente do Lady Driver, o aplicativo não proíbe passageiros homens desde que estejam acompanhados de uma mulher.

FemiTaxi acaba de lançar o serviço crianças desacompanhadas, que transporta crianças a partir de sete anos. “É o meu orgulho, nós inventamos esse sistema. Os pais podem acompanhar a criança ao vivo por uma transmissão que a taxista faz. O pagamento é automático, então as crianças não têm que andar com dinheiro. Traz mais tranquilidade e conforto para os pais”.

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Em 17 de outubro de 2016, a 99 criou o botão Motorista Mulher para suprir uma necessidade do aplicativo. “Havia uma demanda feita pelas próprias usuárias. Após uma pesquisa feita pela 99 com 36.000 pessoas, 60% dos respondentes aprovaram a ideia”, conta a gerente de comunicação da 99, Analu Andrigueti.

Para solicitar o serviço, a usuária precisa selecionar o ponto de partida e no botão Opcionais, na parte inferior esquerda da tela, escolher a opção Motorista Mulher, indicada por uma flor.

O serviço só está disponível para passageiras em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas a empresa quer expandir a categoria para todas as cidades brasileiras onde a 99 atende.

São 1.600 motoristas que atendem nessa categoria. “As clientes gostam muito do serviço, ele oferece conforto e segurança às passageiras, principalmente na saída de festas, shows e baladas, por exemplo”, conta Analu.

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Além das mulheres, crianças desacompanhadas também podem usar o serviço, desde que a chamada seja feita por um adulto, como explica Analu. “As mulheres se sentem muito mais seguras ao colocar seus filhos sob o cuidado de outras pessoas que, provavelmente, também são mães”.

A Uber, líder no serviço de transporte particular de passageiros por aplicativo, não oferece a possibilidade de o usuário selecionar motoristas mulheres para sua corrida. A empresa diz que “acredita que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e, além disso, têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro”.

Para aumentar a participação feminina entre seus pardeiros, a Uber se comprometeu a criar oportunidades para 1 milhão de mulheres em todo o mundo até 2020. No Brasil, a plataforma é a única fonte de renda para 47% de motoristas mulheres. parceiras.

Segundo a empresa, parceiros que cometem qualquer tipo de violência são automaticamente desconectados da plataforma. “É importante comunicar eventual ocorrência à Uber, o que pode ser feito pelo próprio aplicativo. Os parceiros que cometem qualquer tipo de violência são automaticamente desconectados da plataforma.”

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Em março, a Uber lançou, em parceria com a revista CLAUDIA e com apoio da ONU Mulheres, uma campanha de prevenção ao assédio. A campanha busca ajudar os motoristas parceiros da Uber a entender como se sentem as passageiras mulheres e ajudá-los a lidar melhor com diversas situações do cotidiano. Fazia parte da campanha o envio de uma cartilha digital e de um vídeo que retratam situações do dia a dia de trabalho dos motoristas e os cuidados que devem ser tomados em cada uma delas.

Amamentáxi

Uma iniciativa da agência Ogilvy disponibiliza táxis para as funcionárias que voltam da licença-maternidade amamentarem os filhos na hora do almoço. É o serviço Amamentáxi, lançado no mês de março.

“A vontade de aproveitar o horário de almoço com nossos bebês é muito maior do que dividir este momento com os colegas de trabalho. É um período em que a criança ainda tem muita necessidade de ter a mãe por perto, principalmente por conta do aleitamento”, diz a diretora de RH, Patrícia Fuzzo.

Atualmente, apenas duas mães utilizam o serviço, mas até o fim do ano serão 13 mulheres usando o benefício na agência.

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