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Por que Guedes prefere se manter distante da confusão na Petrobras

Ministro quer evitar que o imbróglio na sucessão do general demitido da estatal caia no seu colo, apesar de um de seus secretários estar cotado para o posto

Por Victor Irajá Atualizado em 5 abr 2022, 16h26 - Publicado em 5 abr 2022, 12h37
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  • O ministro da Economia, Paulo Guedes, está aliviado. Ele repete aos quatro ventos dentro do Ministério da Economia que o imbróglio sobre a direção da Petrobras não envolve suas responsabilidades diretas, e tem se mantido afastado das discussões exatamente para não atrair mais uma crise para seu colo. “Esse é um problema do presidente e do ministro Bento”, afirma aos secretários e assessores em alusão ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O ministro tem procurado se esquivar de assuntos relacionados à Petrobras desde a demissão de Roberto Castello Branco, seu indicado para a presidência da estatal, em fevereiro do ano passado.

    Desde a desistência do economista indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao comando da Petrobras, Adriano Pires, o nome do secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, voltou a ser aventado como a escolha para o comando da empresa. Como antecipou o Radar Econômico, o secretário se aproximou do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, para chancelar-se como o indicado. Guedes joga parado e não trabalha pela indicação de Paes de Andrade, mas vê com ótimos olhos a indicação de seu comandado — e não esconde a animação. Ele nutre carinho pessoal por Paes de Andrade e diz torcer pela escolha, além de já procurar substitutos para ele no Ministério da Economia.

    Em conversas privadas, Guedes faz uma análise simples sobre as razões para o imbróglio envolvendo a sucessão do general Joaquim Silva e Luna no comando da empresa. Auxiliares do ministro relataram a VEJA que Guedes atribui a resistência aos nomes de Pires e de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo indicado por Bolsonaro à presidência do conselho, à posição monopolista à qual a Petrobras está calçada. Segundo ele, como a petroleira detém a exclusividade do mercado de óleo e gás, a maior parte dos especialistas no Brasil têm negócios ligados à empresa — o que, também, faria de Paes de Andrade um nome com menos resistência por parte da diretoria da estatal.

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