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Por que decisão da Petrobras pode ter impacto limitado nos planos de Lula

Ainda falta transparência na nova política e redução nos preços dos combustíveis deve ter impacto limitado na inflação

Por Luana Zanobia Atualizado em 17 Maio 2023, 14h11 - Publicado em 17 Maio 2023, 11h59

A Petrobras divulgou na terça-feira, 16, uma nova política de preços que encerra a paridade de importação (PPI). Com essa mudança, os preços dos combustíveis deixarão de ser influenciados pelos valores internacionais. Além disso, a empresa anunciou reduções significativas nos preços, com diminuição de 12% para gasolina e diesel, e de mais de 21% para o gás de cozinha (GLP). Essa decisão resultou em um aumento nas ações da Petrobras. No entanto, é importante ressaltar que essa reação está relacionada a uma abordagem mais moderada do que se esperava, mas que carrega preocupações e pode ter um impacto limitado no principal objetivo de Lula, que é reduzir os juros e controlar a inflação.

Apesar da redução nos preços dos combustíveis, espera-se que essa medida tenha um impacto limitado na inflação. A decisão deve resultar em uma queda de 0,3 ponto porcentual no IPCA nos próximos meses (maio e junho), mas não deve afetar a taxa anual. Isso ocorre porque a reintrodução integral do imposto sobre os combustíveis (ICMS) em julho provavelmente anulará essa “trégua” nos preços, levando a novos aumentos.

Embora o IPCA de abril tenha desacelerado para 0,61%, os núcleos ainda sugerem uma inflação persistente, o que pode dificultar os planos de Lula de pressionar o Banco Central por cortes na taxa de juros (Selic). Até o momento, a inflação acumulada no ano é de 2,72%, mas estima-se que encerre o ano em 6,2%, acima da meta.

Além do impacto limitado nos preços dos combustíveis, o anúncio também causa preocupação no mercado com a volatilidade dos preços. “A questão de como a empresa conseguirá evitar a transferência da volatilidade para os preços domésticos caso os preços internacionais ou as taxas de câmbio voltem a disparar, forçando os custos de oportunidade significativamente para cima”, avalia o Itaú BBA em relatório.

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O anúncio veio mais moderado, o que ajudou a aliviar a pressão que esses ativos experimentaram desde as eleições, quando havia preocupações sobre medidas mais radicais, como o congelamento de preços ou novas políticas de subsídio – o que foi descartado até o momento. “Embora a nova política seja menos transparente e o abandono da paridade de importação seja considerado um passo negativo, ela não trouxe elementos muito radicais e, portanto, foi vista pelo mercado como mais moderada do que o esperado. Acredita-se que mais mudanças ocorrerão na empresa, como a alteração da política de dividendos e a expansão do escopo e nível de investimentos”, diz Ilan Arbetman, analista de ações da Ativa Investimentos.

O banco suíço UBS rebaixou as ações para venda devido aos pontos de transformação em curso que estão levando a uma redução no valor das ações. Esses pontos incluem o preço dos combustíveis, os investimentos e as despesas gerais. “Olhando para o passado da Petrobras, ficamos mais cautelosos”, diz o banco. Segundo os analistas, não há definição da nova política de preços da empresa, o que pode afetar as margens, e existe um risco de investimentos mais altos e falta de diversificação lucrativa além do petróleo não essencial. Isso poderia levar a uma necessidade de crescimento da Petrobras, aumentando as despesas gerais que foram negligenciadas. Além disso, resultaria em dividendos menores para os acionistas, com um payout projetado de 25%, o mínimo legal.

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