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PIB tem melhor projeção em quatro meses e inflação continua a acelerar

Segundo Boletim Focus, queda na economia deverá ser de 5,11%; pressão dos alimentos e aumento no consumo puxa previsão do IPCA para cima

Por Larissa Quintino Atualizado em 18 mar 2021, 23h12 - Publicado em 14 set 2020, 09h02

Analistas do mercado financeiro retomaram a perspectiva de melhora na projeção da economia do Brasil em 2020. Segundo dados compilados pelo Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 14, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve recuar 5,11%. A previsão é 0,2% melhor que na semana passada, quando o mercado quebrou uma sequência de nove semanas de ajustes positivos, e alcança um patamar de projeção visto em maio, quando ainda se tentava entender os impactos da crise provocada pelo novo coronavírus na economia brasileira. Na ocasião, em 18 de maio, a projeção era de -5,12%. Com a retomada gradual das atividades e o reaquecimento de setores como comércio e indústrias, a fase mais aguda da crise ficou para trás e o desafio agora é a recuperação da economia.

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Como ponto de atenção neste desafio está a inflação. Termômetro para medir o aquecimento do consumo, a projeção do IPCA, índice oficial de inflação no país, sobe junto com a expectativa de melhora do PIB do Brasil. Entretanto, a pressão inflacionária trazida pelos alimentos — e motivo de preocupação pública do presidente Jair Bolsonaro — liga um sinal de alerta: o governo também terá que lidar com o controle inflacionário, para que o fantasma tão conhecido pelos brasileiros não ressurja com força. Segundo dados do Focus, a previsão para o IPCA neste ano está em 1,94%, enquanto que na semana passada a previsão era de 1,78%, a quinta revisão para cima consecutiva. Apesar do avanço, o valor continua abaixo da meta definida pelo governo, de 4% neste ano, e também abaixo da tolerância da meta, que varia entre 2,50% e 5,50%.  

Após deflações em abril e maio — quando a variação dos preços é negativa — em junho, julho e agosto houve aceleração na inflação. O aumento nos preços já chegou à indústria, que registrou alta na chamada “inflação na porta da fábrica” de 3,22% em julho, maior índice em seis anos e o consumidor sente no bolso a alta dos alimentos devido aumento da demanda (interna e externa) e fatores sazonais. As revisões seguidas para inflação ainda não afetaram significativamente a projeção para os próximos anos. Para 2021, houve uma ligeira revisão, de 3% para 3,01% e em 2022, para 3,5%, no centro da meta. Apesar do aumento da inflação projetado pelos economistas neste ano, não há mudança na previsão da taxa básica de juros, a Selic. O mercado se manteve igual à da semana anterior: em 2% para este ano, taxa atual. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar se mantém ou corta as taxas. 

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Retomada

A expectativa de recuperação da economia brasileira é vista periodicamente. Após 18 semanas de revisões para baixo, acompanhando a escalada do novo coronavírus no Brasil, as projeções do PIB passaram por estabilização em junho e as previsões passaram a melhorar em julho e agosto com a reabertura gradual das atividades. Os dados do Focus não indicam uma recuperação em “V”, jargão econômico para mostrar uma volta rápida, mas há indicativo de recuperação da economia, mesmo que lenta. Vale salientar, porém, que a recessão é significativa e atinge o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, a expectativa do mercado financeiro era de que a economia brasileira crescesse 2,3%, acima dos desempenhos de 2017 e 2018 (+1,3%) e 2019 (1,1%).

A recomposição de renda trazida pelo auxílio emergencial a trabalhadores informais, que paga cinco parcelas de 600 reais a vulneráveis mais afetados pela crise, é um dos colchões que seguraram a economia brasileira durante a fase mais aguda da crise e tem ajudado a segurar o consumo, melhorando as projeções da economia. Tanto que o governo prorrogou o programa e pagará metade do valor, 300 reais, aos beneficiários até dezembro. A prorrogação continua no intuito de estimular o consumo, mas é necessária a transição do auxílio, impagável a longo prazo. A expectativa do mercado, para projetar o crescimento da economia para os próximos anos, é a retomada da agenda reformista. Na semana passada, o governo enviou a reforma administrativa ao Congresso Nacional.  Atualmente, a previsão do PIB para 2021 e 2022 continua estável em 3,50% e 2,5%.

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