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PIB do 1º trimestre: o que a alta de 9,1% dos investimentos indica para a economia

Investimentos foram puxados pela construção civil. Para especialistas, avanço indica pouso suave da economia ao longo do ano

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 Maio 2025, 10h39 - Publicado em 30 Maio 2025, 10h30

O crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF), que reflete o ritmo de investimentos produtivos na economia, foi o que mais chamou a atenção dos analistas entre os componentes do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre divulgado nesta sexta-feira 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo período do ano passado, os investimentos subiram 9,1%. O desempenho contribuiu para o aumento de 2,9% do PIB na mesma comparação. Em relação ao quarto trimestre de 2024, a economia cresceu 1,4%.

Segundo o IBGE, este foi o quinto trimestre consecutivo de aumento da FBCF.  Entre os vetores dessa expansão, o instituto destaca a construção civil, a produção local e as importações de bens de capital, e o desenvolvimento de softwares. Com isso, a taxa de investimento correspondeu a 17,8% do PIB no primeiro trimestre, acima dos 16,7% do mesmo período do ano passado. “Ver o investimento reagir mais rápido que o consumo é um bom sinal”, afirma Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV. “Isso mostra um PIB de boa qualidade.” Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias aumentou 2,6%, e, no confronto com o último trimestre de 2024, subiu 1%.

Uma possível explicação para o forte ritmo dos investimentos são os bons números da construção civil, que avançou 3,4% sobre os três primeiros meses do ano passado. Para Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, a alta reflete o mercado imobiliário ainda aquecido por dois fatores. O primeiro é que o crédito habitacional opera com taxas de juros menores que as de outras linhas de financiamento e, portanto, sentem menos o impacto da alta da taxa Selic, hoje em 14,75% ao ano. O segundo é o mercado de trabalho ainda forte, com a taxa de desemprego renovando suas mínimas históricas. “Esse cenário contribuiu para manter um certo grau de confiança dos consumidores”, diz Vale.

As atenções se concentram, agora, na capacidade de o Brasil sustentar a mesma taxa de investimentos nos próximos trimestres. Para os especialistas, a tarefa não será fácil. Com a inflação teimando em não convergir para a meta neste ano e nos próximos, o Banco Central já deu mostras de que manterá a Selic no atual patamar por um bom tempo, a fim de esfriar a economia. “As dificuldades começarão a aparecer neste ano pelo efeito da taxa de juros e pela expectativa de que 2026 será um ano muito tenso devido às eleições”, explica Vale, da MB Associado.

De qualquer modo, os investimentos em capital fixo indicam que a freada da economia não será tão forte, quanto se imagina, segundo Padovani, do Banco BV. “O investimento é um importante sinal de desaceleração ou não à frente”, diz. “E o que ele está mostrando é que a economia está bem e que não caminhamos para uma freada brusca.”

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