Petrobras: órgão do Cade recomenda restrição à venda de Suape
Superintendência aprovou negócio anunciado em 2016 por R$ 1,26 bilhão, mas condiciona transação a acordo sobre fornecimento de matéria prima têxtil
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao tribunal do órgão que aprove, com restrições, a compra da Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), ambas da Petrobras, pelo grupo mexicano Petrotemex. Parte do plano de desinvestimentos da estatal brasileira, a operação foi anunciada há um ano por 385 milhões de dólares (1,26 bilhão de reais).
A superintendência recomendou que o aval do Cade seja condicionado à assinatura de um acordo proposto pela própria Petrotemex após o órgão verificar que a operação criaria um monopólio no fornecimento de PTA, matéria prima da indústria têxtil, e de resina PET no mercado Brasil/México.
O acordo prevê que a Petrotemex se comprometa a fornecer PTA sem discriminação para a concorrente M&G. Os detalhes do termo de compromisso são confidenciais.
O tribunal do Cade analisará agora a operação e poderá ou não seguir as recomendações da superintendência.
Em janeiro, a negociação havia sido barrada pela Justiça, atendendo a uma ação popular.
Versão da empresa
Em nota divulgada ao mercado nesta segunda, a Petrobras disse que “além da aprovação pelo Cade, a conclusão da transação ainda está sujeita ao cumprimento de outras condições precedentes usuais. A companhia manterá o mercado informado sobre qualquer decisão relevante”.