Por AE
São Paulo (AE) – A Petrobras realiza às 10 horas teleconferência com analistas brasileiros sobre os resultados do quarto trimestre. A partir das 12h, ocorre o evento em inglês, para analistas estrangeiros. Os dados já haviam sido apresentados ao mercado na quinta-feira, e causaram surpresa.
O último resultado trimestral da Petrobras antes da saída do presidente José Sergio Gabrielli trouxe números aquém do esperado por analistas. A companhia registrou lucro líquido de R$ 5,049 bilhões entre outubro e dezembro, praticamente a metade do valor esperado pelos especialistas. As projeções de seis instituições financeiras (Bradesco, BTG Pactual, Citi, Deutsche Bank, Itaú e Votorantim Corretora) indicavam lucro trimestral de R$ 10,33 bilhões.
Além disso, o resultado foi 52,38% inferior ao do quarto trimestre de 2010. Os principais impactos, citados por Gabrielli e pelo diretor financeiro, Almir Barbassa, em entrevista coletiva no dia seguinte, foram efeitos do câmbio e dos preços do petróleo, além do número acima da média de poços secos contabilizados no quarto trimestre de 2011, e a mudança na forma de contabilização de subsidiárias com controle compartilhado.
No balanço trimestral da empresa chamaram a atenção dos analistas as perdas de R$ 4,412 bilhões no segmento de Abastecimento, que cresceram acima do esperado por conta do avanço do custo com as importações de petróleo e derivados. O Credit Suisse destaca que as perdas no Abastecimento dobraram em seis meses. Já o BTG Pactual classificou como “intrigantes” os resultados, especialmente em relação ao aumento dos encargos de depreciação no segmento de Exploração e Produção (E&P) e a deterioração nos resultados do refino.
Ontem, Graça Foster assumiu oficialmente a presidência da Petrobras, e afirmou que o plano de negócios 2011-2015 está mantido, mas salientou que a revisão anual de praxe está sendo realizada. “Aumentar os investimentos não é o plano. Mas rever o plano é uma rotina da companhia. O plano está sempre em revisão”, afirmou.