Petrobras confirma Caio Mario Paes de Andrade como presidente da estatal
Ex-secretário de desburocratização do Ministério da Economia é o quarto presidente da empresa indicado pelo governo de Jair Bolsonaro

Caio Mario Paes de Andrade é o novo presidente da Petrobras. Quase dois meses após sua indicação oficial — e mais um capítulo da crise entre a diretoria da estatal e o governo de Jair Bolsonaro — o executivo e secretário do Ministério da Economia deve assumir o cargo depois de ter seu nome aprovado pelo conselho de administração da empresa nesta segunda-feira, 27. Paes de Andrade é o quarto comandante da estatal na gestão de Bolsonaro.
A missão do executivo, que é formado em comunicação social e possui dois cursos de pós-graduação em administração, é tentar apaziguar os ânimos entre o Planalto e a estatal. Apesar de ser próximo do ministro da Economia, Paulo Guedes, que segue a escola liberal, a expectativa da Casa Civil é que Paes de Andrade possa segurar os preços dos combustíveis. No ano, a gasolina já subiu 11,4% nas bombas e o diesel, 37%, segundo dados da ANP.
Apesar de não ter experiência voltada para petróleo e gás, o nome do executivo não enfrentou resistência depois de receber a indicação do presidente Jair Bolsonaro. Isso porque, segundo fontes na Petrobras, os conselheiros e diretores não desejam mais desgaste junto ao Palácio do Planalto. Em condição de anonimato, esses executivos admitem que, em meio a pressões por trocas nos altos cargos da empresa, ainda pleiteiam para ser mantidos em seus postos.
A indicação de Paes de Andrade teve, na última sexta-feira, o aval do Comitê de Elegibilidade da Petrobras (Celeg), apesar do nome não preencher a todos os requisitos técnicos previstos na lei. Entre as exigências para assumir a companhia, está a experiência comprovada de três anos no setor do petróleo, segundo o comitê de pessoas da Petrobras. A experiência de Paes de Andrade no setor se resume à passagem pelo conselho de administração da estatal do pré-sal.
Indicação
Caio Mario Paes de Andrade foi indicado oficialmente pelo governo em maio deste ano, uma semana após o reajuste de 9% no diesel feito pela petroleira e da troca de Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida, seu colega de Ministério da Economia, como ministro das Minas e Energia.
Paulo Guedes alinhava a indicação de Paes de Andrade já após a demissão do general Joaquim Silva e Luna, em março. Na ocasião, a sugestão não foi aceita e o indicado foi o economista e consultor Adriano Pires. Com a recusa do especialista em assumir o cargo, José Mauro Coelho, então secretário do Ministério de Minas e Energia, foi conduzido à cadeira. Coelho renunciou à presidência e ao conselho da estatal na segunda-feira 20, depois do anúncio do reajuste de 5% na gasolina e 14% no diesel, e após fortes ataques do presidente da República e de seus aliados à empresa.