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Petrobras condiciona plano de negócios ao fim de subsídios no Brasil

Por Da Redação
25 jun 2012, 15h55

Carlos A. Moreno.

Rio de Janeiro, 25 jun (EFE).- O ambicioso plano de negócios da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões entre 2012 e 2016, está condicionado à paridade dos preços internos com os externos, ou seja, ao fim do subsídio indireto que o Brasil dá aos combustíveis.

Foi o que indicou nesta segunda-feira a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, em uma apresentação do plano de negócios a investidores e posteriormente em entrevista coletiva. ‘O plano aprovado pelo conselho diretor tem como orçamento a paridade com os preços internacionais’.

Apesar da alta das cotações internacionais do petróleo nos últimos anos, o Brasil manteve relativamente congelados os preços dos combustíveis no mercado interno para controlar a inflação. Esse subsídio indireto causa perdas à empresa, que importa óleo cru a preços internacionais e vende derivados conforme os preços fixados pelo governo.

As perdas aumentaram nos últimos meses porque, diante do forte aumento do consumo interno, a Petrobras teve de aumentar suas importações de petróleo e derivados de 500 mil barris diários no início de 2011 a cerca de 800 mil barris diários em maio passado.

No entanto, o governo anunciou na sexta-feira passada um reajuste de 7,83% do preço da gasolina, que não será sentido pelo consumidor porque o imposto sobre os combustíveis foi reduzido na mesma proporção – o que fez o subsídio se tornar uma redução das receitas do Estado, segundo as autoridades.

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O reajuste não foi suficiente para alcançar a paridade desejada pela Petrobras. Na manhã desta segunda-feira, as ações da companhia registravam queda de 5% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

‘Uma revisão dos preços dos combustíveis abaixo do esperado pelo mercado já nos deu condições para trabalhar de forma mais estável, mas trabalhamos com a paridade internacional e ponto’, afirmou Foster, ao indicar que os preços dos combustíveis podem aumentar ainda mais no país.

‘Não queremos transferir a volatilidade dos preços ao consumidor. Mas sempre que for necessário, ou pelo menos uma vez por mês, vamos mostrar ao controlador (o Estado brasileiro) qual é a condição para dar continuidade aos projetos’, acrescentou.

O plano de negócios também estima que o preço do barril de petróleo, atualmente em US$ 110,8, caia cerca de US$ 90,0 a longo prazo. Esse valor e a paridade permitirão que a Petrobras financie a maior parte de seus investimentos para os próximos cinco anos com US$ 136 bilhões procedentes de suas receitas operacionais.

O restante será financiado com recursos de caixa (US$ 15 bilhões), com um plano de desinvestimento (US$ 14,8 bilhões) e com novas captações de até US$ 80 bilhões. Caso a Petrobras tenha de vender combustíveis sem paridade ou o preço do barril de petróleo caia abaixo do previsto, a companhia terá de revisar seu plano.

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Foster disse que, do total de investimentos, a companhia destinará US$ 141,8 bilhões (60%) para prospecção e produção e US$ 65,5 bilhões (27,7%) para refino, transporte e comercialização.

O investimento em refino, que permitirá ao Brasil deixar de importar gasolina e diesel, será de US$ 31,2 bilhões e prevê principalmente a conclusão de duas novas refinarias já em obras, que aumentarão a capacidade do país dos atuais 2 milhões de barris diários para 2,4 milhões. Além disso, metade dos investimentos em prospecção e produção será destinada ao pré-sal.

Foster explicou que a Petrobras trabalhará com metas mais realistas e que, por esse motivo, a companhia reduziu suas projeções de produção para 2020 de 4,91 milhões de barris de petróleo diários a 4,2 milhões de barris diários.

Enquanto o plano anterior previa que a Petrobras chegaria a 2015 com uma produção diária de 3,07 milhões de barris de petróleo, a nova estimativa aponta uma produção de 2,5 milhões de barris diários para 2016. EFE

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