* Irã é principal foco no mercado, ofusca menor demanda
* Preço do Brent vai ficar em média de US$110/barril este ano
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Por Zaida Espana
LONDRES, 27 Fev (Reuters) – Aqueles que acreditam na alta estão de volta ao comando dos mercados de petróleo, como estiveram durante a guerra da Líbia em 2011, agora com os temores de um ataque israelense ao Irã e de que uma perda da oferta iraniana supere a queda da demanda pela commodity nas economias ocidentais endividadas.
Os preços do petróleo tipo Brent vão ficar em média de 110,3 dólares o barril neste ano, de acordo com uma recente pesquisa mensal da Reuters, ante a estimativa de janeiro, de 107,30 dólares.
Uma mudança de 3 dólares é grande em uma pesquisa com mais de 30 analistas, e ocorreu a última vez com o auge da guerra da Líbia, em maio.
“A determinação do Ocidente de evitar que o Irã possua armas nucleares está sendo carregada no preço -um preço que pode até incluir uma segunda recessão global estimulada pelo choque do petróleo”, disse David Hufton, da corretora PVM.
O petróleo atingiu máxima de 10 meses acima de 125 dólares o barril na sexta-feira, apesar de os preços continuarem cerca de 20 dólares o barril abaixo do recorde de 2008, de 147 dólares.
Porém, em termos de euro, o petróleo tipo Brent chegou a máxima de todos os tempos, de 93,60 euros na semana passada, superando o recorde de 2008.
Até agora no ano, os preços do Brent aumentaram mais de 15 por cento, conduzidos pelos temores sobre o Irã e uma queda na produção de países como Síria, Iêmen e Sudão do Sul.
Dados publicados na semana passada mostraram uma inesperada fraca atividade na Alemanha, maior economia da Europa, e na França, estimulando novos temores de que a região possa entrar em recessão.
Nos Estados Unidos, a demanda por produtos refinados de petróleo está perto do menor nível em quase 15 anos, indicando que os motoristas estão dirigindo menos.
“O pico do preço vai ser um desafio para os políticos do Ocidente que vão concorrer à reeleição”, disse Olivier Jakob, da consultoria Petromatrix.
(Pesquisa de Nallur Sethuraman e Soma Das em Bangalore)
REUTERS PM RS