Pedidos de auxílio-desemprego voltam a diminuir nos Estados Unidos
Ainda que positivo, índice preocupa por impacto no mercado; em meio à disputa eleitoral, políticos discordam sobre prorrogação de auxílio de US$ 600
Em meio às discussões entre democratas e republicanos para a aprovação de mais um pacote de benefícios para auxiliar a economia americana, os dados de pedido de auxílio-desemprego divulgados na manhã dessa quinta-feira, 6, vieram no menor patamar desde o início da pandemia. De acordo com o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, os pedidos do benefício ao desemprego na semana terminada no dia 1º de agosto foi de 1,186 milhão, 249 mil a menos em relação à semana anterior. Nas duas semanas anteriores, o dado havia vindo acima da expectativa. Ainda que esse seja o menor nível desde o início da crise da Covid-19 e o número tenha sido abaixo do esperado – o mercado previa 1,4 milhão de pedidos –, ele ainda é alto quando comparado ao cenário pré-pandemia.
O resultado antecede a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos de julho, que deve dar mais sinais sobre o comportamento dos empregos na maior economia do mundo. Apesar de virem melhor que o esperado, os dados do auxílio desemprego não animaram os investidores. As bolsas americanas para o mercado futuro reagiram negativamente ao número, mas depois recuperaram as perdas. O índice Dow Jones futuro operava em leve alta de 0,02% por volta das 10h30 no horário de Brasília, a 27.061 pontos, enquanto o S&P 500 ainda registrava leve baixa, de 0,06%, a 3.314 pontos. Acompanhando o mercado internacional, o Ibovespa futuro operava em leve alta de 0,39%, para 103,2 mil pontos.
“As bolsas americanas estão negativas porque há uma perspectiva pessimista para os dados do relatório de emprego que será divulgado amanhã. O número anterior veio em 4.800, e a perspectiva é que venha 1.600, bem menor. Então hoje o mercado americano quer subir por causa dos dados positivos de hoje, mas ao mesmo tempo está receoso com o que pode sair amanhã”, diz Marcio Loréga, analista da Ativa Investimentos.
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Desde a semana passada, os americanos não contam mais com o auxílio emergencial de 600 dólares por semana, que foi fundamental para manter a renda, o gasto flutuante e a roda da economia girando. O Congresso americano trabalha para aprovar um novo pacote de estímulos, mas a divisão entre os legisladores impede que ele caminhe rapidamente. Os democratas desejam manter o atual valor do benefício, enquanto os republicanos priorizam o equilíbrio fiscal e desejam um auxílio de 200 dólares mensais.
A Casa Branca, a cerca de três meses da disputa nas eleições presidenciais e em plena campanha do presidente americano, Donald Trump, afirmou que usará o seu poder para acelerar os incentivos mesmo que o Congresso não chegue em um acordo. Caso não haja mais um pacote de estímulo, a previsão é que a economia americana irá se deteriorar nos próximos meses sem os recursos do Programa de Proteção de Pagamento (PPP) das companhias, responsável pela recontratação de um em cada quatro empregados.