Passagens aéreas no Brasil disparam até 139% com guerra na Ucrânia
Segundo levantamento da Kayak feito a pedido de VEJA, voos saídos de RJ e SP para Brasília são os que mais subiram entre janeiro e março
Apesar do avanço das negociações entre Rússia e Ucrânia, o movimento militar de Vladimir Putin no país vizinho causou efeitos mundiais em diversas cadeias produtivas, em especial, em tudo que depende de petróleo. No Brasil, além do efeito no posto de gasolina, outro setor diretamente afetado foi o aéreo. Com o barril do combustível fóssil acima dos 100 dólares desde o início da guerra, o preço das passagens aéreas disparou e tem dificultado a vida das empresas aéreas e também de quem precisa viajar.
Segundo um levantamento feito pela Kayak, plataforma que compara preço de passagens, a pedido de VEJA, o preço das passagens nas rotas mais movimentadas do país disparou até 139%, comparando os preços médios de março em relação aos do início do ano. Os preços que mais subiram foram de rotas para a capital federal. Os voos saídos do Rio de Janeiro para Brasília, por exemplo, tem custo médio de 1.000 reais. As passagens de São Paulo para Brasília também aceleraram, com alta de 119% no período. A rota mais movimentada do país, a ponte aérea SP-RJ ficou, em março 113% mais cara.
O preço das passagens aéreas naturalmente flutua e costuma ficar mais caro em alta temporada para o turismo, porém, o aumento de preço em março — considerado baixa temporada, principalmente em comparação a janeiro, período de férias — está estritamente relacionado ao conflito no Leste Europeu. As aéreas brasileiras, Latam, Gol e Azul, sinalizaram aumento nos preços motivados pelo aumento dos custos de operação. A Latam suspendeu 21 rotas nacionais entre abril e junho devido à alta no combustível.