Parcela global de bilionários aumenta durante a pandemia
Parcela de super-ricos é maior que no início da pandemia: os bilionários detêm agora 3,5% da riqueza global, enquanto em 2020 esse percentual era de 2%
Em meio a uma crise sanitária global causada pelo novo coronavírus (Covid-19), que desacelerou economias e impactou diversos setores produtivos, é difícil pensar uma parcela da população que ainda se beneficiou com o cenário. No entanto, hoje, a parcela de super-ricos é maior que no início da pandemia: os bilionários detêm agora 3,5% da riqueza global, enquanto em 2020 esse percentual era de 2%.
Os dados do Relatório Global de Desigualdade, elaborado por cientistas sociais, divulgado nesta terça-feira, 7, evidencia ainda mais as desigualdades sociais. A crise da Covid-19 representou um grande desafio para países emergentes na aquisição de vacinas e na retomada da atividade econômica, enquanto países desenvolvidos, a exemplo de Estados Unidos, utilizaram de um maciço programa fiscal para reduzir a pobreza no país. O relatório mostra que a pobreza foi maior em países emergentes e com fraco apoio do governo na “cobertura de bem estar”.
Ainda de acordo com o relatório, os 0,01% mais ricos do mundo, cerca de 520 mil pessoas com uma fortuna média estimada em 19 milhões de dólares, viram sua fatia na riqueza global alcançar 11%, contra 10% no ano passado. Segundo os estudiosos do relatório, os bilionários se beneficiaram da efervescência do ambiente digital e das tecnologias que ganharam mais espaço durante a pandemia, e muitos tiveram ganhos voluptuosos no mercado financeiro com a alta do preço de alguns ativos.
Além disso, a distribuição de renda está mais concentrada. A parcela dos 11% mais ricos detêm 114% de todo o PIB global: sendo que 1% dos mais ricos detêm 38% e 10% dos mais ricos detêm 76%. Enquanto metade da população, 50% dos mais pobres, possuem apenas 2%. Segundo os estudiosos, os dados apontam para um futura cada vez mais desigual, com muito nas mãos de poucos.