SÃO PAULO, 14 Dez (Reuters) – A aversão a risco cresceu no mercado internacional nesta quarta-feira, derrubando as commodities, as bolsas de valores e o euro com rumores de iminente rebaixamento da classificação de risco da França e após a Itália pagar juro recorde em um leilão de títulos públicos.
A Itália pagou 6,47 por cento para vender papéis de cinco anos. O resultado, que mantém sob pressão as contas públicas da terceira maior economia da zona do euro, é um choque de realidade após líderes da União Europeia (UE) acertarem na semana passada um acordo por uma maior integração fiscal, com a esperança de encerrar a crise da dívida no euro.
Além disso, durante a tarde, o mercado circulou rumores de que a França poderia ser rebaixada e perder sua nota “AAA”, ameaçando a credibilidade dos fundos europeus de ajuda financeira. A nota da França está formalmente sob revisão para um possível rebaixamento pela agência Standard & Poor’s.
O petróleo caía mais de 5 por cento nos Estados Unidos, e o índice Reuters-Jefferies de commodities perdia mais de 3 por cento com a fuga de ativos de risco. O euro, abaixo de 1,30 dólar, era cotado no menor nível desde janeiro.
Pesquisa da Reuters com economistas mostrou que a zona do euro enfrentará um ano de completa estagnação em 2012. Os profissionais também estimam que o Banco Central Europeu (BCE) cortará a taxa básica de juros para 0,75 por cento no segundo trimestre de 2012.
A atividade também está fraca no Brasil, embora analistas esperem uma gradual melhora nos próximos meses. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a economia encolheu 0,32 por cento em outubro sobre setembro, terceiro mês seguido no campo negativo.
O fluxo de capitais também está mais tímido. Segundo o BC, o fluxo cambial na semana passada ficou negativo em 257 milhões de dólares, e, com isso, o país registra saída líquida de 424 milhões de dólares no mês até o dia 9.
Na quinta-feira, o mercado aguarda uma bateria de dados nos Estados Unidos, como auxílio-desemprego e preços ao produtor. No Brasil, a agenda reserva o IGP-10, dados sobre a arrecadação federal e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Veja como ficaram os principais mercados nesta quarta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8740 real, em alta de 1,24 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caiu 1,47 por cento, para 56.646 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 23,04 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h34, o índice dos principais ADRs brasileiros caía 1,64 por cento, a 28.312 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 apontava 9,900 por cento ao ano ante 9,870 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,2980 dólar, ante 1,3033 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 132,625 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,758 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 7 pontos, para 220 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 8 pontos, a 379 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 1,05 por cento, a 11.829 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 1,10 por cento, a 1.212 pontos, e o Nasdaq registrava variação negativa de 1,58 por cento, aos 2.538 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto recuou 5,19 dólar, ou 5,18 por cento, a 94,95 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,8958 por cento ante 1,963 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Edição de Patrícia Duarte)