SÃO PAULO, 8 Mai (Reuters) – Os mercados doméstico e internacionais acentuavam suas quedas nesta terça-feira, com crescentes preocupações entre os investidores sobre a crise da dívida na zona do euro, em meio às incertezas na Grécia para a formação de um novo governo após as eleições de domingo.
As atenções se voltaram fortemente à situação política grega nesta terça-feira, com o líder do partido Coalizão de Esquerda, Alexis Tsipras, declarando que o compromisso da Grécia com o acordo de resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) tornou-se nulo.
A afirmação traz ainda mais incertezas sobre a renegociação da dívida na zona do euro, já que os resultados das eleições parlamentares não apontou maioria para nenhum dos dois grandes partidos gregos pró-resgate.
Líderes políticos da Alemanha, país que contribuiu com a fatia mais ampla das garantias financeiras sob o resgate da Grécia, já alertaram nesta terça-feira que, se Atenas não cumprir com todas as condições estabelecidas no plano de resgate, a ajuda será suspensa.
Com isso, as principais bolsas europeias caminharam para sua maior queda em quatro meses, lideradas por Paris, com recuo de 2,78 por cento. O índice FTSEurofirst 300.
O exterior registra, por sua vez, uma agenda fraca de indicadores, com destaque apenas para dados sobre a produção industrial da Alemanha referente a março, e que mostrou recuperação do setor na maior economia da Europa, com avanços muito acima do esperado.
O Ministério da Economia alemão informou que a produção saltou 2,8 por cento em março em relação ao mês anterior, segundo dados ajustados sazonalmente, após o recuo de 0,3 por cento visto em fevereiro e superando previsões de uma pesquisa da Reuters que apontava crescimento de 0,8 por cento.
No Brasil, os mercados também reagiam mal ao cenário externo, com a Bovespa caindo mais de 2 por cento e o dólar subindo cerca de 1 por cento frente ao real.
Internamente o mercado também reagia aos indicadores que mostraram alta da inflação, levando os contratos de DI registrarem altas destacadas.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para alta de 0,57 por cento na primeira quadrissemana de maio, após fechar abril com avanço de 0,52 por cento.
A FGV também anunciou que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,02 por cento em abril, após registrar elevação de 0,56 por cento em março. O movimento foi atribuído sobretudo aos preços de alimentos processados e materiais e componentes para a manufatura no atacado.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 13h45 (Brasília) desta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,9375 real, com alta de 0,87 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 2,09 por cento, para 59.941 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,3 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros recuava 2,43 por cento, a 29.180 pontos.
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O DI janeiro de 2014 estava em 8,330 por cento ao ano, ante 8,240 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3016 dólar, ante 1,3014 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 132,188 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 0,965 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil avançava 4 pontos, para 192 pontos-básicos. O EMBI+ ganhava 6 pontos, a 331 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 1,33 por cento, a 12.836 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 1,37 por cento, a 1.350 pontos, e o Nasdaq perdia 1,59 por cento, aos 2.910 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 1,93 dólar, ou 1,98 por cento, a 96,00 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, seguia quase estável, oferecendo rendimento de 1,8263 por cento, frente a 1,8790 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código ).(Por Frederico Rosas; Edição de Patrícia Duarte)