SÃO PAULO, 17 Fev (Reuters) – O otimismo de que os líderes europeus aprovem um resgate à Grécia no início da próxima semana deu suporte às bolsas de valores europeias nesta sexta-feira, embora nos pregões norte-americanos e brasileiro a valorização fosse limitada -ou mesmo impedida- por fatores técnicos e pelas persistentes dúvidas sobre a epopéia grega.
No Brasil, a pauta reservou novas leituras de preços mostrando inflação comportada no início deste ano, o que favorecia um cenário de mais afrouxamento monetário e ditava queda nos juros futuros.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- desacelerou a alta em fevereiro, ao subir 0,53 por cento, ante elevação de 0,65 por cento em janeiro. Em 12 meses, o indicador teve alta de 5,98 por cento em 12 meses -a menor em mais de um ano-, com custos menores dos alimentos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE divulgou também que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 5,5 por cento em janeiro, ante 4,7 por cento em dezembro. Ainda assim é o menor nível registrado para janeiro desde o início da série histórica, em março de 2002.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) havia informado que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) caiu 0,11 por cento na segunda prévia de fevereiro, ante variação positiva de 0,22 por cento no mesmo período de janeiro.
O dólar caía ante o real, enquanto o Ibovespa operava em terreno negativo, pressionado por ações do setor imobiliário.
Na contramão, as ações do Pão de Açúcar eram destaque positivo na bolsa brasileira, após a empresa informar lucro líquido consolidado de 361 milhões de reais no quarto trimestre de 2011, alta de 43,1 por cento ante o mesmo período do ano passado e acima do esperado.
A bolsa paulista era afetada ainda por uma realização de lucros, em meio à indefinição dos mercados em Wall Street, onde a alta dos principais índices era limitada também por fatores técnicos. Os mercados norte-americanos não abrem na segunda-feira devido ao feriado do Dia do Presidente.
As incertezas em relação à Grécia amparavam um viés defensivo nas operações. Autoridades gregas disseram que já cumpriram todas as exigências de ministros das Finanças da zona do euro para a aprovação na segunda-feira de um pacote de 130 bilhões de euros (170 bilhões de dólares) em empréstimos para que a Grécia evite um calote desordenado.
A cautela era alimentada pelas constantes tensões entre Grécia e Alemanha, reforçadas após a frustração com vários acordos cancelados de última hora. Apesar disso, a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou otimismo de que um pode ser fechado no encontro do Eurogroup de segunda-feira, informou o gabinete do premiê italiano, Mario Monti..
Os mercados financeiros brasileiros devem repercutir os desdobramentos sobre a Grécia apenas na quarta-feira, após ficarem fechados na segunda e terça-feira devido ao feriado de Carnaval.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 14h46 desta sexta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7145 real, em queda de 0,26 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 0,13 por cento, para 66.054 pontos. O volume financeiro na bolsa erade 3,09 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,51 por cento, a 34.286 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2013 estava em 9,160 por cento ao ano, ante 9,220 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3553 dólar, ante 1,3139 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 133,000 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,283 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 5 pontos, para 197 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 7 pontos, a 329 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,21 por cento, a 12.931 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,06 por cento, a 1.358 pontos, e o Nasdaq perdia 0,41 por cento, aos 2.947 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava alta de 0,59 dólar, ou 0,59 por cento, a 102,91 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,0243 por cento, frente a 1,984 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de Patrícia Duarte)