O pacote de 30 bilhões de euros disponibilizado à Grécia, embora não resolva os problemas estruturais do país, cumpre a importante função de espantar o pânico. “O objetivo por trás de todo esse esforço do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional é coordenar as expectativas dos investidores e evitar um temor generalizado que se transformasse em um ataque especulativo”, explica o estrategista-chefe do West LB, Roberto Padovani.
Além de evitar este tipo de turbulência, o esforço de ajuda visa garantir uma tranqüilidade mínima para que a economia grega tente retomar a rota do crescimento � tarefa que não será nada trivial.
Caso nada fosse feito, poderia haver uma fuga de recursos não só da economia grega, mas também de outros membros da União Européia. A razão é que os déficits fiscais elevados não são exclusividade da Grécia na região � embora tenha sido por lá que o quadro tenha atingido os níveis mais alarmantes.
Os investidores, na irracionalidade que costuma imperar nos momentos de alarme, encontrariam dificuldade para distinguir os países mais e menos arriscados. Assim, a crise tenderia a se alastrar pela Europa.