OSX demite presidente e aprova pedido de recuperação judicial
Empresa de construção naval do grupo EBX tinha sua atuação diretamente ligada à petroleira OGX, já que forneceria os estaleiros para a exploração de petróleo
O Conselho de Administração da OSX, empresa de construção naval do grupo de Eike Batista, aprovou nesta sexta-feira, em caráter de urgência, o ajuizamento de pedido de recuperação judicial na capital do Rio de Janeiro, em conjunto com suas controladas, OSX Construção Naval S.A. e OSX Serviços Operacionais Ltda., segundo fato relevante divulgado no início da noite. O pedido, diz o documento, terá de ser ratificado em nova assembleia marcada para o próximo dia 28. Com dívida acima de 5 bilhões de reais, a OSX se torna a segunda empresa controlada por Eike a recorrer à proteção da Justiça para evitar a falência.
O texto informa ainda que o Conselho decidiu destituir o atual presidente da empresa, Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez Marsal, que vinha conduzindo o processo de recuperação da empresa. Ivo Dworschak Filho será o novo presidente, acumulando também a função de diretor de Construção Naval da companhia. A consultoria Alvarez Marsal deixará de prestar serviços para a OSX e será substituída pela Angra Partners, que conduzia a reestruturação da OGX.
A empresa afirmou que mudará de nome e de endereço, sem informar as novas coordenadas. “As deliberações adotadas têm por objetivo fortalecer a Companhia no processo de readequação de sua estrutura de capital, reestruturação e reposicionamento estratégico, em benefício de seus acionistas, colaboradores e credores, cumprindo com a sua função social. Serão divulgados, na forma da lei, quaisquer fatos relevantes com respeito ao pedido de recuperação judicial”, informou a nota.
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Nesta mesma tarde, a empresa anunciou um acordo com a empresa de logística do grupo, a LLX, para a redução do direito de uso da área cedida pela empresa no Superporto de Açu, no município de São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Com o acordo, a endividada OSX reduz proporcionalmente o valor pago por mês para a LLX pela área no porto e busca preservar o projeto de instalação da unidade de construção naval da OSX (UCN Açu) no local.
O pedido de recuperação era aguardado desde que a petroleira OGX tomou este caminho, na quarta-feira da semana passada. Com dívida de 11,2 bilhões de reais, a companhia de óleo e gás também teve de recorrer à proteção da Justiça para conseguir arcar com seus compromissos com credores. Como a OGX é a principal cliente da OSX, a derrocada da segunda era apenas questão de tempo.
Segundo reportagem do jornal O Globo, a OSX vem adiando a data para dar início ao processo porque ainda aguarda o fim das negociações com credores internacionais. A ideia da empresa, de acordo com o texto, é saldar as dívidas com investidores externos antes, o que facilitaria a aceitação do pedido de recuperação judicial pela Justiça.