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Com dívida de R$ 11,2 bi, petroleira OGX diz que ainda pode gerar receita

No pedido de recuperação judicial, os advogados da OGX apontam para uma receita potencial de 17,2 bilhões de dólares com as explorações dos campos de Tubarão Martelo e BS-4

Por Da Redação
30 out 2013, 21h07

A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, entrou nesta quarta-feira com o maior pedido de recuperação judicial da história corporativa da América Latina, num passo que já era esperado para tentar evitar a falência.

O pedido de recuperação – feito na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – tornou-se a única alternativa para a companhia depois que fracassaram as negociações com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus no exterior para uma reestruturação da dívida.

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A companhia declarou dívida consolidada de 11,2 bilhões de reais no pedido de recuperação judicial e disse que não tem qualquer endividamento bancário nem créditos com garantias reais, segundo documento obtido pela agência Reuters.

Se o tribunal de falências aprovar o pedido, a OGX terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação da companhia. “Acreditamos que (o pedido) seja deferido pelo juiz e que seja proveitoso para credores, acionistas e para o país. A OGX possui ativos para viabilizar sua recuperação”, afirmou o advogado Marcio Costa, do escritório de advocacia Sergio Bermudes, que participa do processo.

Para os advogados da empresa, a recuperação judicial evita um “cenário indesejável de falência”, que implicaria em caducidade de concessões de exploração de áreas de petróleo e perda integral de valores investidos, segundo a petição na Justiça.

Os credores da OGX – que incluem a Pacific Investment Management Co (Pimco), que administra o maior fundo de títulos do mundo, com sede na Califórnia, e o fundo de investimento norte-americano BlackRock Inc, entre outros – terão então 30 dias para aprovar ou rejeitar o plano.

O pedido de recuperação da OGX marca mais um capítulo no desmantelamento do que já foi um império industrial, com ativos de energia, mineração e infraestrutura, entre outros, do grupo “X”. O fracasso da campanha exploratória da OGX, antes considerada o ativo mais precioso do Grupo EBX, contaminou as outras empresas de Eike.

Quase no vermelho – A OGX estima precisar de 250 milhões de dólares no curto prazo e ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou.

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A empresa tinha 82 milhões de dólares no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos – Blackstone e Lazard – estimam desembolsos de 89 milhões de dólares até o fim do ano apenas para fornecedores, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.

Em Tubarão Martelo, a petroleira quer começar a produzir em meados de novembro, a fim de gerar receita para atenuar sua situação. O valor atribuído à toda OGX, de acordo com o plano apresentado aos credores dias atrás, é de 2,7 bilhões de dólares – composto principalmente pelos campos de Tubarão Martelo (1,4 bilhão de dólares) e Atlanta (1,1 bilhão de dólares), este último situado no BS-4.

No pedido de recuperação judicial, os advogados da OGX apontam para uma receita potencial de 17,2 bilhões de dólares com as explorações dos campos de Tubarão Martelo e BS-4 durante a vida útil das áreas e com base nas reservas prováveis de óleo. A OGX estima ter perdido 3,6 bilhões de reais com o fracasso na exploração das áreas de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato, de acordo com a petição.

O pedido de recuperação judicial da OGX pode ter implicações sobre o destino da empresa-irmã, a construtora naval OSX, que foi criada para fornecer plataformas de exploração à petroleira. A recuperação envolve quatro sociedades: OGX Petróleo e Gás Participações (listada na Bovespa), OGX Petróleo e Gás S.A., OGX International e OGX Austria GMBH.

(Com agência Reuters)

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