Os pedidos da Indústria para Lula, que assume o Mercosul
Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer a finalização do acordo do Mercosul com a União Europeia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá nesta terça-feira, 4, a presidência do Mercosul até o fim deste ano com uma lista de pedidos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O principal deles: destravar o acordo do bloco com a União Europeia (UE).
O documento com os pedidos da CNI foram encaminhados ao presidente. As prioridades são divididas em três pilares: agenda econômica e comercial interna, relacionamento externo e internalização de normativas. São mais de 40 ações, entre medidas de logística, regulamento e facilitação do comércio.
Além do acordo com a UE, é mandatório para a Indústria avançar no acesso a mercado de serviços nos países membros do Mercosul. “Serviços especializados são importantes para a produção da indústria de transformação, especialmente para os setores que produzem bens de maior valor agregado. O comércio de serviços representa quase 30% do valor adicionado às exportações industriais brasileiras”, afirma a entidade.
O Mercosul tem relevante impacto na atividade econômica. O Mercosul foi o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, tanto nas exportações quanto nas importações, entre 2013 a 2022. A corrente de comércio do Brasil com os outros membros do bloco sulamericano totalizou 40,3 bilhões de dólares em 2022, sendo 70,5% com a Argentina, 17,7% com o Paraguai e 11,7% com o Uruguai.
A China e os Estados Unidos figuraram à frente do Mercosul no ranking de principais parceiros comerciais do Brasil. Se considerarmos os países da União Europeia em conjunto, as trocas comerciais com o bloco europeu também superam a corrente de comércio do Brasil com o Mercosul.
Em 2022, as vendas externas do Brasil para o Mercosul geraram 24,4 mil empregos, 550,8 milhões de reais em massa salarial e 3,7 bilhões de reais em produção para cada 1 bilhão de reais exportado.
O bloco sul-americano é o principal destino das exportações brasileiras de bens de consumo duráveis e bens de capital, com participação de 26% no total exportado pelo Brasil desses bens. No entanto, o Mercosul tem perdido espaço na indústria de transformação mundial. A participação do bloco no setor diminuiu 1,4 ponto percentual desde 2001, representando 1,93% em 2021. O grupo perdeu, também, participação nas exportações mundiais do setor, de 1,31% para 1,13% no mesmo período.