Orientação da Petrobras por Lula e ministros não é intervenção, diz Prates
Presidente da empresa defende como 'legítimo' conselho se posicionar segundo diretrizes do governo e afirma que foi o que ocorreu no caso dos dividendos
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na noite desta quarta-feira, 13, que o conselho da companhia se posicionar orientado pelo presidente da República e por seus ministros é “legítimo” e não é intervenção. Prates comentava a retenção do pagamento dos dividendos extraordinários e disse que foi o que ocorreu nesse caso.
“Falar em ‘intervenção na Petrobras’ é querer criar dissidências, especulação e desinformação”, escreveu Prates nas redes sociais. “É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro, e que esse controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa.”
“É legítimo que o CA se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos, que são os ministros”, continuou. “Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários.”
“Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida”, disse Prates.
O presidente da Petrobras afirmou que o mercado “ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva”. Após a decisão, as ações da empresa se desvalorizaram e a empresa perdeu mais de 55 bilhões de reais em um único dia.
Na segunda-feira, 11, Prates se reuniu em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre outros integrantes do governo.
Após o encontro, Silveira afirmou à imprensa que o valor dos dividendos extraordinários foi destinado a uma conta de contingência e que pode ser distribuído aos acionistas “em momento oportuno”. Silveira defendeu que, ao comprar ações da Petrobras, os investidores “sabem que o governo é o controlador” da empresa.