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O envolvimento de Apple e Adidas na operação que levou Messi aos EUA

Argentino vai atuar no Inter Miami pelas próximas duas temporadas e contará com diversos benefícios comerciais junto à liga e aos patrocinadores

Por Pedro Gil Atualizado em 9 jun 2023, 14h14 - Publicado em 7 jun 2023, 15h27

O futuro do craque Lionel Messi está definido. A partir da próxima temporada, o atacante vestirá a camisa do Inter Miami, dos Estados Unidos, clube que tem o ex-jogador David Beckham como um dos proprietários. O argentino firmou um acordo que lhe garante salário anual de 50 milhões a 60 milhões de euros, participação nos lucros dos dois maiores parceiros comerciais da Major League Soccer (MLS), Apple e Adidas, além de negócios imobiliários em Miami e outras regalias.

Para a atual temporada, MLS e Apple fecharam um acordo bilionário para a transmissão das partidas na plataforma de streaming da gigante de tecnologia, a Apple TV+, com valor na casa dos 2,5 bilhões de dólares, válidos pelos próximos dez anos. De acordo com o site The Athletic, a liga norte-americana e a Apple oferecem a Messi parte da receita gerada pelas assinaturas do MLS Season Pass, pacote de streaming da liga na plataforma da empresa de tecnologia.

Dono do segundo maior salário do mundo entre atletas – 655 milhões de reais de acordo com divulgação recente da Forbes -, Messi chega com outros benefícios fora dos gramados. A Adidas, marca com a qual Messi já possui parceria, também cederá ao argentino parte dos lucros provenientes do envolvimento do jogador na liga. O acordo também inclui a opção de comprar uma porcentagem do Inter Miami ao se aposentar, algo semelhante ao que Beckham fez anos atrás. O contrato com o time é de duas temporadas.

Na visão de especialistas, a chegada de Messi ajuda a liga a dar o salto necessário para a sua consolidação no cenário doméstico e internacional. A evolução viria num momento crucial para os Estados Unidos, pois o país será, ao lado de Canadá e México, uma das sedes da Copa do Mundo de 2026. A chegada de um jogador do calibre do argentino traz inúmeros impactos para a liga: “Levar grandes estrelas do futebol mundial para atuar em ligas como a Major League Soccer é uma excelente maneira de atrair olhares de forma imediata para torneios que ainda possuem um crescimento mais local do que global. É uma estratégia que demanda poder de investimento financeiro, mas com uma exposição instantânea que, se bem trabalhada, pode pavimentar um caminho de evolução gradativa e sólida no mercado ao longo dos próximos anos”, diz Renê Salviano, CEO da Heatmap, especialista em marketing esportivo.

A contratação agregará benefícios à liga em diferentes aspectos extracampo: “Contratar um dos três maiores jogadores de futebol de todos os tempos, mesmo em fim de carreira, requer grande investimento e criatividade para convencê-lo do projeto. O Inter Miami foi ousado, venceu a concorrência, e agora terá uma oportunidade única para se tornar globalmente conhecido, além de atrair receitas de TV, bilheteria, licenciamento, patrocínios, além de outros negócios”, afirma Fábio Wolff, sócio-fundador da Wolff Sports, agência de marketing esportivo.

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Para Fernando Patara, cofundador e chefe de inovação do Arena Hub, centro de fomento à inovação em esporte, entretenimento e mídia da América Latina, o desenvolvimento da liga comprova a consolidação da competição. “A implementação de novos recursos tecnológicos faz parte da transformação do esporte através da inovação. Atenta às mudanças no mercado esportivo, a MLS tem criado um terreno propício para crescimento dentro e fora das quatro linhas, inovando em diversas áreas responsáveis pela popularização da liga”, diz.

O craque argentino ficou próximo de ser anunciado pelo Al Hilal, da Arábia Saudita, por um salário de 400 milhões de euros por ano, mas a região não o atraiu. “Miami é a cidade mais latina dos EUA e uma das que mais recebem turistas, fatos que trazem identificação imediata com a nova estrela e futuros capítulos promissores para o futebol ‘jogado com os pés’ no maior mercado esportivo do mundo”, explica Ivan Martinho, especialista em marketing esportivo e professor da ESPM.

Além disso, uma chegada do argentino à MLS mexe com as estratégias de relacionamento dos torcedores com campanhas e ações especiais. Para Alexandre Motta, chefe de criação da End to End, empresa de engajamento em marketing para o mercado esportivo, haverá diversas frentes disponíveis para a criação de conteúdos. “Para uma liga em expansão como a MLS, a chegada de Messi abre oportunidades para potencializar a relação entre torcedores, clubes e a própria competição. Mas será preciso uma estruturação da comunicação em diversas mídias, além da criatividade para formular estratégias de ativações e estreitar o ponto de contato com o torcedor”, afirma.

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