Opep revisa para cima demanda por petróleo em 2012
Menor demanda europeia está sendo compensada pelo crescente consumo de China, Índia, Oriente Médio e América Latina
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para cima sua previsão sobre a demanda por petróleo no mundo em 2012 e 2013, para 88,72 milhões e 89,52 milhões de barris diários (mbd). Neste relatório, a entidade aumentou em 30 mil barris diários suas estimativas anteriores.
A organização adverte, porém, sobre o risco de uma queda do consumo devido aos altos preços do barril e à crise da zona do euro. Assim, projeta um crescimento mundial da demanda pela commodity na casa de 1,02% e 0,91% em 2012 e 2013. No caso da estimativa do ano que vem, analistas da organização advertem que se baseia em um crescimento econômico mundial de 3,2% e um nível de preços do petróleo como o atual, fatores considerados muitos incertos.
Estas previsões têm por isso um potencial de risco em baixa maior do que em alta, especialmente devido à crise da zona do euro que está impactando em outras regiões e pode afetar o crescimento da economia mundial. Além disso, um aumento nos preços pode diminuir ainda mais a demanda pelo produto.
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Conjuntura – Entre os fatores que impulsionaram esta tendência de alta, a Opep ressalta, em primeiro lugar, a reaparição das tensões geopolíticas, em alusão às sanções impostas ao Irã devido a seu polêmico programa nuclear. Mas os preços foram pressionados em alta também por outras razões, como a onda de calor no hemisfério norte que aumentou o uso do ar condicionado e uma maior demanda nas economias emergentes da Ásia, assim como por problemas de produção no Mar do Norte.
Estes elementos compensaram a pressão em baixa causada pela crise na Europa, a única região da qual a Opep não espera um aumento do consumo petroleiro, mas uma queda. O organismo lembra que por enquanto, a menor demanda europeia está sendo compensada pelo crescente consumo de China, Índia, Oriente Médio e América Latina, apesar de a crise da zona do euro também ter começado a afetar as economias destas regiões, desacelerando seu crescimento.
O valor do barril referencial da Opep subiu em julho quase 6% em relação a junho, ao ser vendido a uma média de 99,55 dólares, e continuou em alta em agosto, até ser cotado na quinta-feira a 108,36 dólares. Sua média anual está em 110,03 dólares, um recorde histórico que supera a média anual máxima registrada no ano passado, de 107,46 dólares.
(Com agência EFE)